Megaoperação mobilizou dezenas de homens da Polícia Rodoviária Federal, Guarda Municipal, Defesa Civil e empregados de Itaipu. Carga será levada até o Mato Grosso do Sul.

A megaoperação para transportar duas peças gigantes da margem do Rio Paraná, dentro de Itaipu Binacional, até a prainha do bairro Três Lagoas, em Foz do Iguaçu (PR), mobilizou nesta terça-feira (4) dezenas de homens da Polícia Rodoviária Federal, Guarda Municipal, Defesa Civil e de Itaipu.

A carga, com total de quase 500 toneladas, foi puxada por caminhões em duas plataformas com 160 pneus cada uma. No caminho, o comboio chamou a atenção de moradores e chegou a interromper, por alguns minutos, o trânsito da Avenida Tancredo Neves, uma das mais movimentadas da cidade.

A velocidade média para vencer os 17 quilômetros do percurso foi de 5 km/h. Por volta das 14h, a carga já estava pronta para ser reembarcada no Lago de Itaipu.

“Tudo ocorreu absolutamente dentro do que foi planejado, sem surpresas. Isso nos dá a confiança de que o grande teste, que será o reator de amônia, com 761 toneladas, também seja um sucesso”, afirmou o gerente do Departamento de Obras e Manutenção, Andreas Arion Schwarz, coordenador dos trabalhos por Itaipu.

Fabricadas na China, as peças – 13, no total – serão utilizadas na montagem de uma usina de fertilizantes agrícolas da Petrobras, em Três Lagoas (MS).

Barragem

A carga chegou a Foz do Iguaçu pelo Rio Paraná, desde Porto Grande, no Rio Grande do Sul. Para seguir viagem pelo Lago de Itaipu, e superar os 120 metros de desnível da barragem da usina, precisou ser desembarcada e reembarcada, atravessando a cidade por terra.

“Nunca vi nada parecido com isso. Para nós, é uma atração. Muda a rotina do dia”, disse Neusa Tosti, dona de um pet shop na Rua Ângela Aparecida de Andrade. Para o deslocamento do comboio nas vias estreitas do bairro, foi necessário remover ou levantar parte da fiação, além de ampliar acessos.

No bairro Cidade Nova, a megaoperação levou boa parte dos moradores para as ruas. “A gente sabia que ia acontecer alguma coisa porque colocaram uma placa e arrumaram a rua. Mas não sei para que isso tudo serve. Nas próximas passagens vou ficar aqui também para ver o movimento”, disse a moradora Suellen Cristina.

O técnico Marcelo Alves Ferreira, técnico da Divisão de Manutenção de Equipamentos de Transmissão de Itaipu, acompanhava tudo de perto – principalmente para avaliar a passagem dos equipamentos pela linha de transmissão de 13,8 kV, que sai de Itaipu em direção a Furnas.

“Acho que desde a montagem da usina não havia uma movimentação de carga tão grande como essa”, avaliou Ferreira, que também observou a passagem do comboio pela linha de 500 kV que sai de Itaipu.

Andreas Arion Schwarz informou que a previsão do Consórcio de Transportes Multimodal (CTM), responsável pelo transporte, é que todo o trabalho seja concluído até setembro.

A Itaipu

A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2012, pelo abastecimento de 17,3% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 72,5% do Paraguai. Em 2012, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.287.128 megawatts-hora (98,2 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.