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De onde vieram os ventos de junho que sopraram as manifestações e pacificamente já produziram mudanças profundas na Consciência Coletiva?
  Data/Hora: 17.jul.2013 - 6h 8 - Colunista: João Maria  
 
 
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João Maria Teixeira da Silva - Muitos governantes, entre eles a própria presidente Dilma, estão pagando caro pela falta de sensibilidade, – pela falta de conhecimento mais profundo da própria história da humanidade. Qualquer jornalista, escritor ou assessor de imprensa que leva a sério a sua profissão – muito antes, mas especialmente depois do ano 2000, não tinha como não mergulhar fundo e se aprofundar um pouco mais sobre as previsões da antiga civilização maia, por exemplo, onde eles com muita antecedência já previam para 2012 o fim de um ciclo e o início de uma nova era.

 

Muitos nomes proeminentes da literatura mundial anteviam estas transformações, onde estaríamos retornando a uma nova Consciência de sabedoria, harmonia, paz, amor, consciência e retorno a ordem natural. Ou seja, um salto quântico gigantesco na história das civilizações que pegou os nossos governantes acostumados e preocupados com números e com o seu próprio bem-estar pessoal, literalmente com as calças nas mãos.

Há séculos os sinais eram evidentes de que estava em curso uma grande transformação e que os novos tempos estariam conectados por uma nova rede de comunicação – a internet e as suas redes sociais. E por que então não se prepararam por aqui logo após as primeiras manifestações que ficaram conhecidas como a Primavera Árabe?

 

Vários são os fatores, mas o principal deles, como muito bem descreve o escritor e cientista Ervin Lazlo, em seu ensaio O Nascimento de um Novo Tempo – é que em períodos de relativa estabilidade a consciência dos indivíduos não tem um papel decisivo no comportamento da sociedade já que o sistema social estável amortece os desvios e isola os desviantes. “Mas quando uma sociedade alcança os limites de sua estabilidade e se torna caótica, passa a ser supersensível até mesmo a pequenas flutuações, como mudanças de valores, crenças, visão de mundo e aspirações de seus membros”.

 

Assim que eclodiram os movimentos nas Ruas, tanto o Executivo como o Legislativo, se apressaram em buscar soluções que pudessem recolocar novamente a multidão de volta a antiga “psique dormente”, envolvente e inconseqüente que haviam norteados os paradigmas até então. Na pressa, por falta de orientação dos seus assessores diretos quem deu o primeiro escorregão, foi à própria presidente Dilma, que propôs de imediato um Plebiscito para consultar a população – desconhecendo ou ignorando que tudo o que o povo queria e quer já estava estampado em cartazes e faixas – entre elas a mais forte de todas: “abaixo a corrupção”.

 

O que o povo quer na prática não é uma reforma governamental e sim uma revolução social, uma mudança ética e moral. Como admitir, por exemplo, que várias figuras proeminentes que tiveram e ainda tem fortes influências junto ao Governo, já condenados pela instância mais alta – o Supremo Tribunal Federal de Justiça, não vá parar atrás das grades – e ainda, como fez José Dirceu, desafiando e orientando os seus pares junto ao Congresso Nacional para mudarem as regras do jogo com Propostas de Emendas Constitucionais, tentando retirar poderes das decisões do Supremo.

 

E o que deveria ter feito a presidente Dilma para não perder a sua popularidade logo após os manifestos?

 

Convocar o Conselho da República, usar este importante dispositivo constitucional previsto nos artigos 89 e 90 da Constituição como órgão superior de consulta da Presidência da República, em épocas de crises como esta. Este simples gesto teria sido visto pela população como um gesto de humildade e boa vontade – um passo seguro e tranqüilo na busca de soluções.

 

É lógico que a sua convocação não seria para barrar, interferir ou cercear as livres manifestações – ma sim, para dividir as responsabilidades sobre as decisões que deveriam ser tomadas, antes de ser anunciada qualquer decisão de impacto, como a do próprio Plebiscito, logo em seguida cancelada – sem antes é claro, produzir os seus irreparáveis danos...

 

Correndo atrás do pão nosso de cada dia, há dois dias estou realizando trabalhos na região – mas, ainda esta semana volto com matérias locais e dando seqüência ao nosso trabalho, ajudando esse desgoverno que hoje está andando literalmente na contramão.

João Maria Teixeira da Silva   

 
 

 

 

 
 
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