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Sinceramente, como Lya Luft, eu também gostaria de falar de flores
  Data/Hora: 20.jul.2013 - 11h 48 - Categoria: Politica  
 
 
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Fonte: Tribuna da Imprensa – transcrito do Jornal O Tempo - Acílio Lara Resende - Uma amiga, mestra em ciência política, que já militou anos a fio na política partidária, conhece de perto a antessala do poder, sobretudo a pior delas, a de Brasília. Deixou-a logo após ter ouvido de um velho companheiro de lutas que “não se ganha eleição sem vender ilusão”. Em encontro recente, acompanhado de um delicioso frango ao molho pardo, me disse que estou melhor pessoalmente do que nos artigos que venho publicando neste espaço. Enfim, deu-me a entender que não consigo esconder a fase de descrença que se apossou de mim.

 

Sinceramente, como Lya Luft, eu também queria falar de flores, mas a fase por que passo (contra nossos representantes e não contra a democracia representativa) não é só de descrença. É, também, de incontida raiva contra alguns integrantes da cúpula governante do meu sofrido e querido país, a começar pela presidente, que aumentou muito minha descrença e ira quando exigiu que fosse chamada de presidenta. Algo miúdo, mas que dá ideia do tamanho da sua soberba.

 

Logo depois do delicado puxão de orelha, sentei-me à mesa do computador, uma vez mais, para mostrar minha cara neste nobre espaço. E logo me lembrei de que há inúmeras outras figuras, que atualmente militam no governo Dilma, extremamente difíceis de engolir. Destaco, dentre elas, além da presidente, o ministro Aloizio Mercadante, o marqueteiro João Santana e o jornalista Franklin Martins. Esses três – Santo Deus! – formam, com muita propriedade, “o gabinete em crise”…

 

Mercadante, na ausência de outro, se transformou em ministro plenipotenciário: assumiu, ao lado da pasta da Educação (que deveria exigir dedicação exclusiva), as pastas da Saúde, das Relações Externas e da Casa Civil. Sobre a sucessão de 2014 e o resultado das últimas pesquisas, foi logo profetizando: “Ela – referindo-se à “gerentona” – não só vai se recuperar como nós vamos vencer a eleição. Temos chance de vencer no primeiro turno. Temos que nos preparar para o segundo turno, mas trabalhar para ganhar no primeiro”.

 

41 MINISTROS

João Santana, o 40º ministro, regiamente remunerado por nós, não é só marqueteiro, mas se transformou, de fato, no principal guru e vidente da presidente. Martins, indicado assessor especial da presidente por Lula, teria sido o autor da genial ideia de uma constituinte exclusiva. Ele é, até prova em contrário, o 41º ministro de um governo sem rumo.

 

O ministro Aloizio Mercadante (PT-SP), mestre em trapalhadas, em entrevista à “Folha de S.Paulo”, na semana passada, ainda conseguiu desagradar à própria base que, no Congresso Nacional, sustenta (enquanto interessar, claro) o governo ao qual pertence. O senador (da base) Francisco Dornelles (PP-RJ), por exemplo, não deixou por menos: “O Mercadante está cometendo três equívocos. Está falando demais, se metendo na área dos outros e acha que está muito forte”.

 

Mas a coisa não fica só nisso. O co-presidente Lula, novo articulista do “The New York Times” que rejeita nossa imprensa (como se não fosse o seu maior beneficiário), disse, em artigo recente (quem o redigiu?), que a sociedade brasileira “entrou na era digital, mas a política permaneceu analógica”. E ainda afirma que os manifestantes de rua querem instituições políticas limpas, “sem as distorções de um sistema político anacrônico”. Escreve isso como se não tivesse nada a ver com o país que governou por oito anos. Como se não fosse o maior responsável por esse anacronismo. Quem é, afinal, Luiz Inácio da Silva? (transcrito do jornal O Tempo)

 
 

 

 

 
 
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