Termo de cooperação foi assinado pelo diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, e a jornalista e empresária Ana Paula Padrão.
A Itaipu Binacional, uma das empresas pioneiras no Brasil nas discussões e implantação de ações de gênero, formalizou com a empresa Tempo de Mulher, da jornalista e empresária Ana Paula Padrão, um termo de cooperação para a criação de um prêmio em reconhecimento às empresas e fornecedores que adotam e incentivam práticas de equidade entre trabalhadores e trabalhadoras.
O documento foi assinado nesta última quinta-feira (1º), em Foz do Iguaçu, durante um jantar com um grupo de mulheres executivas de dentro e de fora da empresa. O anúncio da parceria entre a Itaipu e o Tempo de Mulher havia sido antecipado em Curitiba, há dois meses, mas só agora ele se torna oficial.
A própria Ana Paula Padrão será a garota-propaganda da premiação. O lançamento do prêmio está previsto para o dia 7 de outubro, em São Paulo, durante um fórum promovido pelo Tempo de Mulher. A premiação tem como base “Os Sete Princípios de Empoderamento das Mulheres (Weps)” do Pacto Global e da ONU Mulheres.
São eles:
1. Liderança promovendo a igualdade entre gêneros;
2. Igualdade de oportunidades, inclusão e não discriminação;
3. Saúde, segurança e fim da violência;
4. Educação e formação;
5. Desenvolvimento empresarial e práticas da cadeia de abastecimento e marketing;
6. Liderança comunitária e envolvimento e
7. Transparência, medição e relatórios.
A Itaipu é signatária do Pacto. A premiação, que ainda será formatada, terá um papel educativo na disseminação da cultura de gênero.
Articulação
A principal responsável pela articulação, que resultou na parceria, foi a diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, que também preside o Espaço Mulheres Executivas do Paraná (MEX) e é uma espécie de embaixadora internacional dos Sete Princípios de Empoderamento das Mulheres no Brasil.
Foi a partir da aproximação dela, ainda na Rio+20, em junho do ano passado, com Michelle Bachelet, diretora-executiva da ONU Mulheres e ex-presidente do Chile, que o interesse pelo tema cresceu. À época, Bachelet convocou o setor empresarial para incluir com mais engajamento as questões de gênero em suas agendas.
Segundo Margaret, a proposta da premiação é contribuir para a internalização da cultura da equidade de gênero nas empresas e, com isso, tornar as relações de trabalho mais humanas nas corporações. Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, “a assinatura do acordo marca um trabalho de longo prazo, de uma construção iniciada há dez anos na empresa”.
Samek ressalta que a parceria representa ainda um novo fenômeno pelo qual passa a empresa, “o da mudança geracional”. Na prática, essa mudança geracional se refere não só ao empoderamento das empregadas, mas também à cultura organizacional e também à missão de Itaipu, que vai muito além de gerar energia com responsabilidade social.
Além de ser reconhecida pela ONU por seu trabalho de equidade, a empresa ganhou todas as quatro edições do selo pró-equidade de gênero da Secretaria de Políticas Especiais para as Mulheres e Organização Internacional do Trabalho (OIT). “O reconhecimento da empresa pelas ações de gênero é uma marca da qual Itaipu se orgulha muito”, concluiu o diretor.
No Brasil, até duas décadas atrás, poucas mulheres tinham seus talentos reconhecidos como líderes e chegavam aos postos de liderança, como acontece hoje. Desde 2003, esse panorama começou a mudar na Itaipu, por determinação do ex-presidente Lula, um trabalho que continua na gestão da presidente Dilma. Hoje, um total de 22% de mulheres do quadro funcional ocupa cargos gerenciais.
“Diferença”
Segundo Ana Paula Padrão, as empresas do Paraná estão na vanguarda no que se refere às questões de equidade de gênero. “Aqui, o conceito de diversidade está arraigado e o empoderamento feminino está mais disseminado do que nas empresas de São Paulo, que costumam ser referência em práticas empresariais modernas”.
A premiação, que ainda será formatada, terá um papel educativo na disseminação da cultura de gênero. As regras da premiação serão definidas até setembro e divulgadas numa campanha nacional, que incluirá um site e outras peças publicitárias.
A Itaipu
A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2012, pelo abastecimento de 17,3% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 72,5% do Paraguai. Em 2012, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.287.128 megawatts-hora (98,2 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.