Fonte: Tribuna da Imprensa - Carlos Newton - Recordar é viver. Tudo começou na cidade de Havana, em 14 de dezembro de 2004, com um acordo entre Venezuela e Cuba, assinado pelos presidentes Hugo Chávez e Fidel Castro. Cuba precisava desesperadamente do petróleo venezuelano e não tinha como pagar. A exportação de médicos foi a solução. Cuba é o segundo país com maior número de médicos por habitantes. Só perde para o principado de Mônaco.
Inicialmente chamada de Alternativa Bolivariana para as Américas, a ALBA surgiu como uma plataforma de cooperação internacional baseada na ideia da integração social, política e econômica entre os países das Américas. Nada contra, é claro.
Em 29 de abril de 2006, a Bolívia (tendo Evo Morales como presidente) somou-se ao grupo, a partir do Tratado de Comércio dos Povos, termo que foi acrescentado ao nome oficial do bloco, que resultou na sigla ALBA-TCP.
Atualmente a ALBA-TCP é composta por oito países, e quatro deles possuem governos de cunho socialista. Além de Venezuela, Cuba e Bolívia, aderiram ao bloco: Nicarágua, Dominica, Equador, Antigua e Barbados, e São Vicente e Granadinas.
UM PROBLEMA FUTURO
Ninguém pode ser contra a contratação de médicos para municípios carentes. É uma questão de bom senso, caridade e sobrevivência. O que causa repulsa é a situação particular dos cubanos. Os médicos provenientes de outros países já chegaram com suas famílias, mas os cubanos têm de vir sozinhos, para que não peçam asilo político aqui.
Apesar desses “cuidados” do governo de Havana, alguns médicos e enfermeiros cubanos que “servem” na Venezuela não aguentaram mais, fugiram para os Estados Unidos e pediram asilo lá. Já noticiamos isso aqui no Blog, inclusive com os nomes deles e tudo o mais. Querem ser indenizados pela estatal venezuelana PDVSA, que trocava petróleo pelo trabalho deles.
É claro que essa situação vai se repetir aqui no Brasil. Não é preciso ser pitonisa para perceber isso. O governo brasileiro já avisou que não concederá asilo aos médicos. Mas os cubanos sabem que o regime castrista não conseguirá se manter indefinidamente nos moldes atuais. A exemplo do que aconteceu na União Soviética, terá de haver uma “Glasnost” (abertura), que possibilite uma “Perestroika” (restauração da economia), que aliás já começou. Muito timidamente, mas já começou.
Traduzindo: os médicos cubanos, que hoje representam uma solução, serão um problema futuro. Podem apostar.