Fonte: Tribuna da Imprensa - Humberto Guedes - Passava pela Cinelândia, área do confronto de ontem, 1º de outubro, por volta das 16h15.
Tudo estava tranquilo, até a primeira bomba daquelas de efeito (i)moral, desmoralizante do Estado, seguida doutra, e de tantas mais, gás lacrimogêneo etc., muito etc. , e rematados com os porretes da truculência de uma polícia estúpida, mais, imbecilizada por um (des)comando fascista, despótico, a serviço tão-só do inconfessável conluio para a lógica da espoliação (v. o ensaio “Considerações críticas sobre a crise da Justiça: assunto de cidadania, assunto de todos”, in Revista da EMARF, v. 18, especialmente, p. 181).
Sim, porque, hoje, era da espoliação dos professores, logo da sociedade como um todo, como dela assim também quando se tratava das tarifas da mobilidade urbana, ou da reforma política, seja dizer de qualquer dos aspectos da miríade de desacertos que nos cercam.
Resta, na voz rouca dos corações estreitados por tanta e injustificável brutalidade, perguntar: onde o Ministério Público? onde a indignação do Poder Judiciário?
Esta gente “governista”, trai despudoradamente os interesses públicos, subverte os fins próprios a si confiados realizar, acha-se com direito de mandar ao arrepio do bem geral, só por ter sido eleita – se realmente o foi!
A dúvida é legítima, pois, a urna é eletrônica, efetiva caixa preta, instrumento de estratégia malandríssima capaz de malversar, sem deixar vestígios aos olhos do apartado amontoado de gente apelidada de cidadãos, apartada do direito fundamental da soberania, usurpado pela apropriação da apuração de seus votos, apuração antes difundida por toda a população.
Esta gente, enfim, logra mais que a ditadura mal apelidada de militar e que, hoje, as comissões de verdades dão holofotes a ressentidos descomprometidos com a realidade atualíssima, capazes de posar para foto abraçadinhos com os comandantes dos crimes contemporâneos contra a democracia no sentido próprio e inescamoteável deste termo.
Triste, muito triste fim, tão mais trágico que o de Policarpo.
Saudações libertárias enlutadas