A colaboração em rede é o eixo central para a sustentabilidade e o Programa Cultivando Água Boa (CAB) cumpre bem o papel esse papel na região da bacia do Paraná 3. A análise é de Lala Deheinzelin, consultora da Unesco, uma das palestrantes do 11º Encontro CAB, nesta quinta-feira (21), no Rafain Palace Hotel, em Foz do Iguaçu. O evento teve ainda a presença do teólogo Leonardo Boff, padrinho do programa.
Para a consultora, o CAB acerta ao cumprir as quatro dimensões da sustentabilidade: social, financeira, ambiental e cultural. Neste contexto, o programa consegue atingir também os “oito Cs”, defendido por Lala como ferramentas de economia criativa: colaborar, celebrar, creditar, circular, conectar, cuidar, conhecer e comunicar. No CAB, os “oito Cs” estão presentes desde a produção dos orgânicos à proteção das microbacias.
“Tudo isso pode ser observado em vocês, neste projeto da Itaipu”, disse à plateia do encontro. “Precisamos combinar processos colaborativos em rede e ampliar nossa noção de riqueza para além do patrimônio tangível”, completou.
E como superar esse desafio? A partir da reflexão das quatro dimensões. Para ela, em qualquer projeto de economia criativa, o primeiro passo é a avaliação do futuro desejado. Depois, deve-se fazer um mapeamento de todos os recursos: dos tangíveis – como o dinheiro disponível – aos intangíveis – como o conhecimento dos envolvidos na iniciativa.
Nessa hora, segundo a consultora, é que uma boa surpresa acontece. Geralmente, os recursos já estão dispostos e precisam apenas serem articulados. “Hoje já temos ferramentas para isso, que são as novas tecnologias”.
Experiências como o AirBNB, plataforma on-line que permite aos proprietários alugarem seus imóveis para temporadas, é outro bom exemplo de economia criativa. “Sem gastar nada a mais, porque a estrutura era pré-existente, o AirBNB criou o maior hotel do mundo, com uma reserva feita a cada dois minutos e mais de 10 milhões de noites reservadas”, afirmou.
A Itaipu
A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2012, pelo abastecimento de 17,3% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 72,5% do Paraguai. Em 2012, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.287.128 megawatts-hora (98,2 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.