O teólogo Leonardo Boff endossou, nesta quinta-feira (21), no Rafain Palace Hotel, em Foz do Iguaçu, o desapontamento de diversas ONGs a respeito dos resultados da Conferência Mundial sobre o Clima em Varsóvia, na Polônia. O evento, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), termina nesta sexta-feira (22), mesmo dia de encerramento do Encontro do Programa Cultivando Água Boa (CAB), do qual Boff é padrinho.
A percepção de Boff foi feita durante sua apresentação no encontro deste ano. Nesta quinta-feira, ONGs como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e o Greenpeace anunciaram a saída da conferência de Varsóvia. Esta também foi a 11ª participação do teólogo no evento anual do CAB.
Ele lembrou que a secretária-executiva da ONU para o clima, Christiana Figueres, chegou a chorar durante entrevista coletiva antes do início da convenção em Varsóvia, ao dizer que quase nenhum país do mundo está colaborando em ações para salvar o planeta. Entre elas está a criação de um fundo monetário para a ajuda de países pobres.
“Lá não há nenhuma perspectiva de consenso. O presente não oferece nenhum futuro”, afirmou, antes de citar o Água Boa como um contraponto otimista para a sustentabilidade.
“Vocês estão reinventando o futuro. Ele não será aquele [da conferência] se repetindo aqui. É um futuro recriado a partir da referência de vocês. Este sim gera a esperança e a sustentabilidade”, declarou Boff.
Ainda segundo o teólogo, não se deve falar em desenvolvimento sustentável, mas modo de vida sustentável, a partir de uma perspectiva local, regional e global.
Cândido Grzybowski, diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais (Ibase), e Norman de Paula Arruda Filho, presidente do Instituto Superior de Administração e Economia, associado à Fundação Getulio Vargas, antecederam Leonardo Boff na mesa redonda do CAB.
O diretor de Coordenação de Itaipu, Nelton Friedrich, e o presidente do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, Jocelei Sotoriva, compuseram a mesa, coordenada pelo superintendente de Gestão Ambiental de Itaipu, Jair Kotz.
A Itaipu
A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2012, pelo abastecimento de 17,3% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 72,5% do Paraguai. Em 2012, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.287.128 megawatts-hora (98,2 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.