Foto: Caio Coronel/Itaipu Binacional - A Cooperativa Copagril, com sede no Paraná e considerada referência de qualidade agroindustrial nos países que atua, é a nova parceira da Itaipu Binacional no Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar da Microbacia do Rio Ajuricaba, instalado em Marechal Cândido Rondon.

A assinatura do convênio foi feita na manhã desta segunda-feira (3), em Cascavel, pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, e pelo diretor-presidente da Copagril, Ricardo Sílvio Chapla.

A cerimônia ocorreu no primeiro dia de atividades oficiais da 26ª edição do Show Rural Coopavel, uma das mais importantes feiras de tecnologia e inovação do agronegócio brasileiro. O evento vai até sexta-feira (7).

Na mesma solenidade, Itaipu renovou dois convênios na área de energias renováveis – um com a Prefeitura de Toledo, para produção de biogás, e outro com a Cooperativa Agroindustrial C.Vale, parceira no projeto Florestas Energéticas.

Assinaram os documentos o prefeito de Toledo, Beto Lunitti; o vice-presidente da C.Vale, Ademar Luiz Pedron; e o diretor técnico da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), Cláudio Osako.

A apresentação dos três convênios foi feita pelo superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley Jr. – que também é diretor-geral do Centro Internacional de Energias Renováveis/Biogás (CIBiogás-ER) e presidente da Associação Brasileira do Biogás e Biometano (Abiogás).

A cerimônia foi acompanhada pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grolli; e pelo diretor de Coordenação de Itaipu, Nelton Friedrich; e representantes da Cooperativa de Produtores de Agroenergia do Paraná (Cooperbiogás) – entre outras autoridades.

Samek agradeceu as parcerias e disse que o trabalho desenvolvido pelo grupo tem o objetivo de levar para o campo um amplo processo de modernização da agricultura, beneficiando produtores e protegendo o meio ambiente.

Ainda segundo ele, os ótimos resultados de ações como o Programa Cultivando Água Boa (CAB) e a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, patrocinadas pela binacional, “são exemplos inequívocos da participação das cooperativas, dos produtores, das prefeituras, dos governos, das universidades”.

“Quando você consegue fazer um arranjo produtivo e une várias instituições em um único projeto, você obtém o melhor resultado”, afirmou.

Chapla disse esperar que o convênio com a Itaipu viabilize novos trabalhos conjuntos com a binacional. “Essa é uma oportunidade de estar junto em um processo tão importante que é o aproveitamento do gás em bioenergia”, disse.

“Sempre queremos estar juntos da Itaipu porque temos as mesmas preocupações, ou seja, aproveitar ao máximo a produtividade, mas também preservar o meio ambiente”, completou.

Beto Lunitti classificou o convênio com Itaipu como “uma ferramenta para promover o desenvolvimento do nosso município”. Na avaliação do prefeito, a parceria poderá transformar Toledo – forte produtor de suínos – na “capital do metano no Paraná”.

“Vale lembrar que Itaipu, hoje, não somente produz energia, mas passou a ser uma fomentadora da transformação regional, tanto ambiental quanto econômico. Por isso, tem sido uma parceira especial”, elogiou.

Pedron lembrou que foi o esforço da Itaipu que recolocou o uso de biodigestores no horizonte do agronegócio. Os resultados, segundo ele, não poderiam ser melhores – somente a utilização do biogás nas amidonarias de Navegantes e São José, unidades da cooperativa, reduziu o consumo de lenha em até 70%, diminuindo os custos da produção.

“São de trabalhos como esse que queremos participar”, disse. “Para nós, esse convênio [com Itaipu] é a demonstração de que o agronegócio é possível e que, juntos, podemos fazer muito mais”, afirmou.

Copagril

Com o novo convênio, a Copagril passará a utilizar o biogás produzido pelo Ajuricaba no abatedouro de aves da cooperativa, em Marechal Cândido Rondon. A conexão entre a unidade e a microcentral termelétrica a biogás do condomínio será feita por um gasoduto de 1.800 metros.

A Copagril também pretende implantar biodigestores nas suas próprias instalações, dobrando a capacidade de produção do biogás purificado na microcentral.

Atualmente, o condomínio reúne 33 pequenos produtores rurais. Os dejetos suínos e de gado leiteiro das propriedades são transferidos para biodigestores, para extração do gás metano.

Todo o gás é canalizado para a microcentral através de um gasoduto com 22 quilômetros de extensão.

Toledo

O convênio com a Prefeitura de Toledo prevê o suporte da Itaipu para a instalação de condomínios de produção de biogás em diferentes microbacias do município.

O primeiro deles, o Condomínio de Agroenergia do Lageado Grande, com 39 propriedades, já está com os trabalhos de implantação em andamento, com verbas da Agência Francesa de Desenvolvimento (R$ 14 milhões).

A unidade terá potencial para produzir 4,6 mil metros cúbicos de biogás por dia – quase cinco vezes a produção do Ajuricaba.

O município tem hoje a maior concentração de suínos do Paraná – cerca de 700 mil animais.

Florestas sustentáveis

No caso do projeto Florestas Sustentáveis, entre Itaipu e a C.Vale, o foco da parceria é a produção de madeira, que compõe a matriz energética do agronegócio. A madeira é empregada em operações com energia térmica, como secagem de grãos.

De acordo com Cícero Bley, o aumento da produtividade agrícola no Oeste do Paraná, registrado nos últimos anos, provocou déficit de lenha para atender à safra.

A alternativa desenvolvida pela Itaipu e C.Vale é descentralizar o plantio de florestas com fins energéticos, articulando terras de vocação florestal com clones precoces de eucalipto. O projeto prevê ainda adubação orgânica com dejetos animais tratados em biodigestores. Outra aposta é a substituição da lenha pelo biogás.

A Itaipu

A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2012, pelo abastecimento de 17,3% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 72,5% do Paraguai. Em 2012, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.287.128 megawatts-hora (98,2 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.