Foto: JIE/Itaipu Binacional - A coordenação do projeto Beira Foz, que pretende revitalizar e dotar de um novo plano de zoneamento e uso de solo as áreas de Foz do Iguaçu localizadas junto às margens dos rios Paraná e Iguaçu, agora está a cargo do secretário municipal de Turismo, Jaime Nelson Nascimento, e do presidente do Conselho de Desenvolvimento de Foz do Iguaçu (Codefoz), Danilo Vendruscolo.
Segundo Nascimento, o projeto está entrando em umA nova fase, com um debate mais aprofundado sobre o que se pretende realizar na área do projeto. "Assim, poderemos definir melhor quais os instrumentos de que iremos dispor, se será, por exemplo, através de uma agência de desenvolvimento ou uma empresa pública municipal criada para esse fim", afirmou o secretário.
Nesta semana, representantes de diversas instituições - entre elas a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, Itaipu Binacional, Conselho de Desenvolvimento de Foz do Iguaçu (Codefoz), Receita Federal e Unila - participam, no Recanto Park Hotel, de um workshop de dois dias com a consultoria Arup, responsável por projetos em todo o mundo ligados a planejamento urbano, engenharia e arquitetura.
Para o presidente do Codefoz, Danilo Vendruscolo (foto), o projeto Beira Foz agora deve ganhar novo impulso. “Acho que, antes, erramos por buscar apenas soluções caseiras. Agora acho que o conceito do projeto e o conceito do debate do projeto são diferentes. E estamos buscando boas experiências de fora. Por isso, acho que poderemos apresentar para a sociedade um projeto de desenvolvimento econômico e social”, apontou o presidente.
A consultoria, contratada pela Itaipu, deverá entregar ainda neste semestre um projeto geral para a região do município de Foz junto aos rios Paraná e Iguaçu e também selecionar e detalhar uma área para desenvolvimento de um projeto-piloto.
“Esses projetos deverão conter um novo plano urbanístico para a área, um plano de mobilidade e infraestrutura, a modelagem econômica e estratégias de viabilidade”, afirmou o diretor-adjunto da Arup no Brasil, Pablo Lazo.
“O potencial de Foz é muito grande. A cidade já abriga um projeto que demonstra a capacidade de transformação de um território e que conseguiu conciliar interesses binacionais, a Itaipu. Acho que esse potencial pode ser aproveitado para que se viabilize um projeto inovador e transformador como o Beira Foz”, acrescentou Lazo.
Durante a programação, a Arup apresentou diversos exemplos bem-sucedidos de revitalização urbana de espaços localizados junto a rios, lagos e orlas marítimas, em cidades do Chile, Canadá, Estados Unidos, China e Colômbia. A ideia é trazer a experiência internacional da Arup, presente em 35 países, para fazer deslanchar o projeto Beira Foz.
“Este workshop é uma etapa inicial para colher sugestões de todos os envolvidos e, assim, definir um alinhamento conceitual do Beira Foz”, disse Gilmar Piolla, superintendente de Comunicação da Itaipu e presidente do Fundo Iguaçu. “A contratação da Arup é uma contribuição da Itaipu para que o projeto se viabilize. Também estamos contratando um estudo de viabilidade do autódromo internacional de Foz”.
Segundo a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Econômico, Ivone Barofaldi, o workshop é a primeira oportunidade de reunir pessoas com opiniões diversificadas sobre as necessidades de Foz e assim enriquecer o debate em torno do projeto. “Essa é uma área que está esquecida, mas tem grande potencial para incrementar o turismo na cidade”, afirmou.
Nesta quarta-feira (5), a ministra de Turismo do Paraguai, Marcela Bacigalupo, uniu-se aos participantes. Para ela, é fundamental que as soluções sejam pensadas de forma binacional, para que as ações do Beira Foz se reflitam também na margem paraguaia do Rio Paraná.
“Estamos muito felizes em poder debater esses temas com personalidades tão diferentes mas que têm objetivos comuns. É um diálogo de muita maturidade. O Paraguai está vivendo um novo momento, com muitos investimentos estrangeiros e uma nova dinâmica econômica, principalmente em Ciudad del’Este”.
O que é
O projeto Beira Foz prevê a revitalização deu uma área que se estende por 34 quilômetros entre os limites da área da usina de Itaipu, junto ao Rio Paraná, e o Parque Nacional do Iguaçu. Quando concluído, deverá abranger a renovação de pontos turísticos localizados nessa área (como o Marco das Três Fronteiras), além da criação de novos espaços públicos de lazer, como praças e parques, e também atrair investimentos privados. A ideia é conciliar o desenvolvimento nos segmentos de turismo e logística (duas das principais vocações econômicas de Foz), com questões socioambientais e de segurança de fronteira.
A Itaipu
A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 16,9% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 70% do Paraguai. Em 2013, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.630.035 megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.