Fotos: Caio Coronel / Itaipu Binacional - A Itaipu e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) assinaram nesta quinta-feira, 6, no Show Rural, em Cascavel, um Convênio de Cooperação Técnica, Científica e Financeira com a Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha para o desenvolvimento, melhoria e ampliação dessa modalidade de cultivo. A técnica traz grandes vantagens para o agricultor, dentre elas a melhoria do solo, conservação da água e maior lucratividade.
O estímulo ao plantio direto é uma das ações do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável dentro do Cultivando Água Boa, que abrange toda a bacia hidrográfica do Paraná 3, região que abriga mais de 35 mil agricultores, dos quais 26 mil são de pequeno porte.
A solenidade de assinatura ocorreu no estande da Itaipu e contou com a participação do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek; do diretor de Coordenação, Nelton Friedrich; do representante do Ministério da Agricultura, o secretário de Agricultura Familiar, Valter Bianchini, do secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, e do pioneiro do plantio direto na palha no Brasil, Herbert Arnold Bartz. Também participaram o diretor-presidente da Emater, Rubens Ernesto Niederheitmann, o presidente da Federação Brasileira do Plantio Direto, Alfonso Sleutjes, o presidente da Biolabore, Lindomar Assi, e o coordenador-geral do Show Rural Coopavel, Rogério Rizzardi.
O momento da assinatura do convênio - foto: Caio Coronel/Itaipu Binacional - Valter Bianchini, Norberto Ortigara, Alfonso Sleutjes, Juan Carlos Sotuyo e Jorge Samek
O plantio direto tem três princípios fundamentais: o solo nunca é revolvido, é necessário fazer rotação de culturas e precisa haver a cobertura do solo pela palha da cultura intermediária. O emprego dessas técnicas resulta em diversos benefícios ambientais, como a diminuição significativa das emissões de gases do efeito estufa, maior infiltração da água chuva (que assim não carrega matéria orgânica para os rios) e redução do uso de agroquímicos.
O diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, alertou que o plantio na palha não está bom no momento, porque não está sendo feito de forma ideal, com rotatividade e grande quantidade de palha, mas o convênio vai ajudar aprimorar e disseminar a técnica que revolucionou a agricultura há mais de 35 anos. “Além dos ganhos de produtividade, a técnica contribui para a melhoria do solo e a conservação da água”, explica o diretor, que é engenheiro agrônomo e tomou conhecimento da técnica nos anos 1970.
Nelton Friedrich explicou que 8 milhões de hectares de plantio direto (meta do programa Agricultura de Baixo Carbono, do governo federal) deverão reduzir a pegada da agricultura brasileira em 12 milhões de toneladas de CO2. “Com esse convênio, será possível certificar as propriedades que aplicarem corretamente os princípios do plantio direto”, afirmou o diretor da Itaipu.
O diretor superintendente da fundação PTI, Juan Carlos Sotuyo, reforçou a importância do convênio para tornar a metodologia ainda mais conhecida entre os agricultores. Herbert Arnold Bartz explicou que, por ajudar a reduzir as emissões de gás estufa na agricultura, a técnica converte um problema em uma vantagem para os produtores.
Para Valter Bianchini, a Bacia do Paraná 3 é um laboratório para as ações do governo. “Aqui se vê um modelo não só de tecnologia e desenvolvimento, mas também de inclusão social e de sustentabilidade”. Segundo Norberto Ortigara, “para continuarmos crescendo e continuarmos a ser competitivos, temos que usar técnicas como essa”.
Esse não é o primeiro convênio de Itaipu de apoio ao plantio direto. A empresa, a Embrapa e Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (Febrapdp) fizeram uma parceria para a difusão e melhoria da qualidade do sistema criado por Bartz na região Oeste do Paraná, que serviu como piloto para este novo convênio assinado no Show Rural 2014.
No encontro, também foi assinado um ordem de serviço com a Cooperativa Biolabore, que prestará serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural nas áreas de agricultura orgânica, apicultura e plantas medicinais para agricultores familiares da Bacia do Paraná 3. Na mesma ocasião, foi lançada a cartilha Vitrine Agroecologia da Embrapa, que compila dez anos do trabalho desenvolvido pela Itaipu, Embrapa e outros parceiros.
A Vitrine Tecnológica de Agroecologia é resultado de uma parceira da Itaipu com a Embrapa, Iapar, CPRA, Coopavel, Capa, Biolabore e Emater. Todos os anos, são apresentadas as melhores práticas da Agroecologia em um espaço de destaque entre os estandes do Show Rural Coopavel.
A técnica
O plantio direto na palha, ou apenas plantio direto, é uma modalidade em que a palha e os restos vegetais são deixados sobre a superfície e depois revolvidos com o solo para o plantio.
Na década de 1970, a erosão causava uma perda média anual de solo de 20 toneladas por hectare no país. Com o plantio direto, a perda foi reduzida em até 95%. Além de diminuir a perda de solo, o sistema permite o acúmulo de matéria orgânica, aumentando a produtividade a médio e longo prazo.
Há ainda outras vantagens do plantio direto sobre o sistema convencional: economia de combustível de até 45 litros por hectare, pelo fato de não ser necessário fazer preparos como arar o solo, e possibilidade de duas safras ao ano.
A Itaipu
A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 16,9% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 70% do Paraguai. Em 2013, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.630.035 megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.