A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) manifestou nesta segunda-feira (10) preocupação com a crise política instalada na Ucrânia, que se tornou uma nação dividida. De um lado, na parte oeste do território, a população fala ucraniano e é pró-Ocidente. Na outra parte, ao sul e ao leste, o idioma é o russo e há uma posição favorável à Rússia.
Gleisi lembrou dos laços do Brasil com os dois povos e acrescentou que, com os ucranianos, essa ligação começou há 120 anos, quando imigrantes provenientes daquela região se instalaram principalmente no Paraná.
Atualmente, disse a senadora, há cerca de 500 mil ucranianos no Brasil e, desse total, 80% vivem no Paraná. A maior concentração encontra-se em Curitiba, com aproximadamente 55 mil, mas o maior percentual local ocorre no município de Prudentópolis, onde, numa população de pouco mais de 50 mil pessoas, os habitantes de origem ucraniana somam mais de 38 mil, cerca de 75% da população local. Há pelo menos outras cinco cidades no Paraná em que os descendentes de ucranianos representam mais de 45% da população local.
“Além dos laços estabelecidos a partir da imigração, também cooperamos com a Ucrânia em outros segmentos, destacando-se ultimamente a cooperação na Base de Alcântara para o lançamento de satélites. Mas, o Brasil também coopera e muito com a Rússia. Somos parceiros nos BRICS, e aqui também chegaram milhares de russos, que escolheram para viver e igualmente contribuem para o desenvolvimento do nosso País, do nosso Brasil”, destacou.
Na opinião de Gleisi Hoffmann, preservar a vida e a paz e afastar qualquer ameaça de guerra é missão principal de qualquer governo. “Em primeiro lugar, antes de tudo e de qualquer interesse, antes do econômico, do religioso, do político, está a vida, está o ser humano, estão as crianças, os idosos, os pais de família. E muitas famílias, nesse caso, são compostas por membros de ambas nacionalidades, ucranianos e russos, que poderiam ser levados a um conflito absolutamente desnecessário”, disse a senadora.
A ex-ministra encerrou seu pronunciamento reafirmando absoluta solidariedade ao povo ucraniano, convicta de que evitar a guerra a qualquer custo deve ser a principal meta de todos os lados envolvidos. “Como pacifista que sou, não imagino nada mais importante para os 500 mil ucranianos que residem no Brasil e para os mais de 400 mil que vivem no Paraná do que a tranquilidade de saber que seus familiares e amigos que estão na Ucrânia não correm nenhum risco e não sofrerão as agruras de uma guerra contra uma nação irmã.”
Assessoria com Agência Senado