Líderes do Loteamento Eldorado fizeram nesta terça-feira (20) uma reunião na Colônia Rio Grande, em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), para traçar metas para que os mutuários com mensalidades em atraso possam negociar com as imobiliárias prazo para o pagamento e quitação dos imóveis. Desde 2001, o loteamento começou a ser formado. No entanto, com dificuldades para pagar, muitos atrasaram mensalidades por mais de três meses – o que acabou inviabilizando a negociação. “Quando fui tentar pagar o que devia em 2003, não quiseram negociar a dívida passada e virou uma bola de neve. Agora a gente mora no terreno e tem que discutir na Justiça, com medo de amanhã perder tudo numa possível ação de reintegração de posse”, disse Luciana Weimann.
Os moradores marcaram para o dia 29 de maio, às 8h30, uma manifestação em frente à Câmara Municipal de São José dos Pinhais – onde eles pedem a formação de uma CPI para investigar a suposta prática de juros abusivos. De lá, eles seguem para a Prefeitura, para o Ministério Público (MP) e para o Fórum da Comarca. O deputado Nelson Luersen foi convidado para participar da reunião e verificar a possibilidade da interferência do Legislativo no processo. Exatamente por isto, mandou representantes para acompanhar as famílias. “O que queremos é chamar a atenção das autoridades. São muitas famílias que vivem nos loteamentos e que sofrem este mesmo problema”, desabafou Josélio Camargo.
Os populares reivindicam ainda participação mais efetiva do MP nos processos judiciais. Carros de som deverão avisar nos loteamentos sobre a manifestação. Outro protesto está marcado para Curitiba no dia 30 de julho. “Nós compramos a briga e não vamos mais nos calar. Vimos pessoas sendo despejadas, tendo investido e colocado uma casa em cima do local, sem direito a indenização e nem nada. Essa situação está caótica e não podemos deixar que continue assim”, afirmou Cícero Alves dos Santos.