Fonte: Tribuna da Internet - Flavia Villela
Agência Brasil
O Banco e o Fundo do Brics, que estão
sendo criados na sexta reunião de cúpula do bloco, que termina hoje em
Brasília, não serão competidores do Banco Mundial (Bird) nem do Fundo Monetário
Internacional (FMI), mas suplementares a essas entidades, segundo o embaixador
José Alfredo Graça Lima, subsecretário de Política do Ministério das Relações
Exteriores.
“Os financiamentos serão para projetos
sustentáveis e de infraestrutura. O banco suplementa o Bird e o arranjo de
contingente de reservas espelha o FMI. Os países do Brics têm propostas de
reformas que não podem ser atendidas, especialmente pelo FMI. De certa maneira,
a criação do arranjo contingente de reservas e do banco atende a essas
necessidades”, disse ele. “O foco da participação do Brics está na responsabilidade
em uma ordem mais justa, não para ter mais poder. Nos dias de hoje não é
importante apenas crescer, é preciso crescer com melhor distribuição da renda,
e é disso que estamos justamente tratando na 6ª Cúpula do Brics”, completou.
CAPITAL INICIAL
O capital inicial autorizado do banco
será US$ 100 bilhões e o capital subscrito do banco será US$ 50 bilhões,
igualmente distribuídos entre os cinco países que integram o Brics. O primeiro
escritório regional do banco será na África do Sul, a primeira direção da
equipe de governadores será da Rússia e a primeira direção da equipe de
diretores será do Brasil.
Depois da assinatura do acordo para
sua criação, o banco terá que ser aprovado pelos Parlamentos dos cinco países.
O fundo terá capital inicial de US$ 100 bilhões para fazer face a
desequilíbrios nos balanços de pagamentos de algum dos países do Brics que
venha a enfrentar dificuldades.
A expectativa é que outros países em
desenvolvimento também possam tomar empréstimos do banco, mas os critérios para
tanto serão definidos em um segundo momento, disse Graça Lima.
No seu entendimento, com esse aporte
de recursos e foco no desenvolvimento sustentável, o banco deve influir em uma
ordem econômica mais justa. “Isso é parte de uma estratégia não escrita, mas
muito segura, dos países do Brics, de procurar influir, mas de maneira
construtiva”, comentou.
BRASIL NÃO SEDIARÁ
A presidência do banco, que será
rotativa, e a sede serão definidas na cúpula, bem como o conselho de
administração e outras questões técnicas. O Brasil foi o único membro que não
se candidatou a sediar o banco. As opções eram Xangai (China), Joanesburgo
(África do Sul), Moscou (Rússia) e Nova Delhi (Índia). A escolhida foi Xangai e
a primeira presidência do órgão será de um representante da Índia.
O primeiro escritório regional do
banco será na África do Sul, a primeira direção da equipe de governadores será
da Rússia e a primeira direção da equipe de diretores será do Brasil. A
presidência do banco será rotativa entre os integrantes do bloco.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O desinteresse do Brasil em sediar o Banco é inexplicável. Havia
interesse em sediá-lo no Rio de Janeiro, mas a delegação brasileira deixou para
lá. Foi uma grande bobeada. É muito mais importante ter uma instituição desse porte
em nosso país do que sediar uma Copa ou uma Olimpíada. (C.N.)