AVIÃO DA
MALAYSIA AIRLINES QUE CAIU NA UCRÂNIA FOI ABATIDO POR MÍSSIL, DIZEM EUA
18.7.14
Fonte: Tribuna da Imprensa - Via Opera Mundi -
Malásia confirma que aeronave foi derrubada por disparo de
projétil; Putin propôs à Ucrânia a criação de uma comissão conjunta de
investigação.
avião da Malaysia Airlines com 298 pessoas que caiu nesta
quinta-feira (17/07) foi abatido por um míssil, afirmou a inteligência dos EUA.
Não há, no entanto, posicionamento a respeito da origem do ataque. O
primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, também confirmou que a aeronave foi
abatida. A aeronave voava de Amsterdã para Kuala Lumpur.
Autoridades ucranianas afirmaram que ação foi realizada por
militantes pró-Rússia que atuam na região de Donestsk. Os manifestantes, no
entanto, negam as acusações e garantem que não possuem equipamentos com poderio
para realizar esse tipo de operação. As Forças Armadas da Federação Russa
também negaram envolvimento no caso.
A conclusão norte-americana é baseada em dados do sistema de
radar que identificou o momento em que um sistema de míssil foca a aeronave
antes da queda. Os Estados Unidos afirmam que vão analisar a trajetória do
míssil para tentar identificar a origem do ataque.
O presidente russo, Vladimir Putin, atribuiu a responsabilidade
do incidente ao governo ucraniano. “Obviamente o Estado em cujo território
ocorreu [o incidente] tem responsabilidade por esta terrível tragédia”. Isso
“não teria acontecido se houvesse paz na região”, afirmou o mandatário como
informou a agência russa Itar-Tass.
Investigação
O vice-primeiro-ministro da República Popular de Donetsk, Andriy
Purgin, afirmou à agência russa Interfax que as duas caixas pretas que foram
encontradas pelos manifestantes pró-Rússia serão enviadas a Moscou para serem
investigadas por uma equipe de “especialistas altamente qualificados que poderá
determinar a causa do desastre”.
O serviço de emergência russo enviou um pedido oficial à Ucrânia
para integrar uma investigação conjunta no local do acidente. De acordo com a
agência RIA Novosti, não o
governo ucraniano não respondeu ao pedido, mas o presidente Petro Poroshenko
anunciou a formação de um comitê de investigação das causas da queda da
aeronave.
O vice-presidente da Malaysia Airlines, Huib Gorter, afirmou que
pelo menos 154 dos passageiros eram holandeses, 27 australianos, 30 malaios, 12
indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um
canadense. Ainda não se sabe a nacionalidade de 41 passageiros. Todos os 15
tripulantes eram malaios. Há suspeitas de que o voo comercial também tinha
cidadãos norte-americanos, mas os EUA ainda não confirmaram a
informação. Dos 283 passageiros, 80 eram crianças. A lista oficial com os
nomes das vítimas ainda não foi divulgada — no fim da noite, a Malaysia Airlines
atualizou o número de passeiros, totalizando 298 pessoas mortas a bordo.
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico
Norte, a aliança militar ocidental), Anders Fogh Rasmussen, pediu o
"lançamento imediato de uma investigação internacional, sem qualquer
impedimento, que estabeleça os fatos".
A ONU afirmou que pedirá a realização de uma reunião de
emergência do Conselho de Segurança para tratar da questão.
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou agora à noite
que o governo brasileiro não deverá se manifestar sobre a queda do avião, sem
que se saiba "o que de fato aconteceu". Segundo a presidente, "é
prudente ter cuidado".
Tensão
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que não se
tratou de um “incidente”, nem de um “desastre”, mas de “um ato terrorista”.
Obama e Putin conversaram hoje sobre a queda do avião. De acordo
com o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, o mandatário norte-americano
advertiu que "etapas adicionais estarão sobre a mesa se a Rússia não mudar
de rumo".
Obama classificou o incidente de “tragédia terrível” e
acrescentou que uma equipe irá determinar se havia algum norte-americano a
bordo. “Esta é nossa maior prioridade”, disse. “Os Estados Unidos vão oferecer
toda assistência necessária para ajudar a esclarecer o que aconteceu e por
que”, disse.
Veículos russos denunciaram que a rota do avião MH17 foi a mesma
feita por Vladimir Putin minutos antes, o que levantou a suspeita na Rússia de
um possível plano para assassinar o presidente, que voltava da 6a. Cúpula dos Brics, Fortaleza.
Mais cedo, o governo ucraniano acusou a Rússia de derrubar um de seus
aviões de guerra, modelo Su-25, o que obrigou o piloto a ejetar, segundo
Andrei Lisenko, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa ucraniano.
O fato aconteceu ontem, de acordo com Kiev.
Espaço aéreo ucraniano
Após a notícia da queda do avião, uma série de companhias aéreas
já informaram que estão desviando suas rotas para evitar o espaço aéreo
ucraniano. Entre as empresas que já confirmaram a alteração, estão: a francesa
Air France, a alemã Lufthansa, britânica British Airways, a holandesa KLM, a
turca Turkish Airlines e a russa Transaero.
Leia também: Presidente ucraniano afirma que queda de avião da
Malaysia Airlines foi “ato terrorista”