22.7.14
Fonte: Tribuna da Internet - Via Carta Maior -
Entidade do setor industrial paulista mostra que os
estragos causados pela crise de abastecimento de água no estado já vão além das
torneiras secas.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
divulgou na semana passada um estudo que mostra os estragos causados pela crise
de abastecimento de água que atinge a população paulista. O levantamento foi
feito entre os dias 12 e 26 de maio com 229 empresas de micro e pequeno porte
(até 99 empregados), 140 de médio porte (de 100 a 499 empregados) e 44 de
grande porte (500 ou mais empregados). A pesquisa revela que já foram fechados
mais de 3 mil postos de trabalho devido à falta de água. As demissões decorrem
da redução do ritmo da produção e da queda da produtividade das indústrias pela
falta do recurso hídrico. A tendência, segundo a Fiesp, é que o quadro se
agrave ainda mais nos próximos meses.
Segundo Eduardo San Martin, diretor de meio ambiente da entidade
patronal, a região de Campinas, com seus 5,5 milhões de habitantes, é uma das
mais prejudicadas. As indústrias são abastecidas pela Bacia do PCJ – formada
pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e que atende mais de 70 municípios
nesta região do interior paulista.
"A escassez de água está levando à redução da
produtividade. Não há números oficiais, as empresas são cautelosas na
divulgação de informações, mas o problema já chegou até nós. Existem empresas
que já eliminaram um turno de produção, há vários exemplos negativos para o
desenvolvimento produtivo da região. E 3 mil postos de trabalho deixaram de
existir por causa desse problema", afirma San Martin.
O estudo ainda apontou que, em cada três empresas, duas estão
preocupadas com a possível interrupção no fornecimento de água na região. A
possibilidade de racionamento ainda neste ano é um fator de preocupação para
67,6% das 413 indústrias entrevistadas pelo Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos (Depecon) da Fiesp.
"Já pensando nas consequências da interrupção no
fornecimento, 64,9% das empresas avaliam que a medida teria impacto sobre seu
faturamento: 17,9% avaliam que o impacto seria ‘forte’, enquanto para 47% ele
seria 'pequeno'. As empresas de grande porte foram as que mais indicaram
impacto sobre o faturamento", descreve o jornal Valor de quinta-feira
(17).
O 'volume morto' está morrendo
A Fiesp ainda não divulgou estudos sobre a região metropolitana
de São Paulo, a mais afetada em função do colapso do Sistema Cantareira. Mas há
relatos de que várias indústrias da capital e do entorno já sofrem com a crise
de abastecimento. Na semana passada, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec)
divulgou relatório confirmando o vertiginoso aumento das reclamações dos consumidores
residenciais.
O Sistema Cantareira abastece 8,8 milhões de pessoas na Grande
São Paulo. Para evitar um racionamento oficial – já que na realidade ele já
existe – o governo Alckmin decidiu utilizar a reserva estratégica do
reservatório, o chamado "volume morto", mas a medida paliativa também
está se esgotando.
Na segunda-feira (14), a própria Sabesp confessou o crime. Quase
dois meses após o início do bombeamento do “volume morto”, o nível de água
atingiu 18,2% no Sistema Cantareira, segundo a empresa estatal. Em 16 de maio,
quando as bombas começaram a sugar a reserva técnica, o nível saltou 8,2 pontos
percentuais em um dia, para 26,7%, com acréscimo de 182,5 bilhões de litros de
água.
Agora, ele já esta novamente em perigo, com a queda dos últimos
dias. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), porém, insiste em afirmar que não
haverá racionamento e que as reservas são suficientes até início de 2015.
São Pedro é inocente!
O governador, candidato à reeleição, também insiste em culpar a
falta de chuvas pela crise da água em São Paulo, sem assumir responsabilidades
por denúncias de falta de investimentos e planejamento no setor.
De 2004 a 2013, a Sabesp distribuiu R$ 4,8 bilhões de lucros aos
seus acionistas no Brasil e no exterior. Neste mesmo período, porém, ela não
cumpriu as diretrizes fixadas pela outorga do Sistema Cantareira de 2004,
quando houve outra crise de abastecimento em São Paulo e já eram estabelecidas
ações e investimentos para atender às demandas da população. À época Geraldo
Alckmin já ocupava o Palácio dos Bandeirantes, em seu primeiro mandato, e
também pediu para a população economizar água, enquanto apontava a falta de
chuvas como razão para o desabastecimento.
Diante da crise, o texto de renovação da outorga já indicava as
medidas urgentes: 1) Redução da dependência do Sistema Cantareira, criando
fontes alternativas; 2) Combate às brutais perdas de água da Sabesp; 3) Aumento
da coleta e do tratamento do esgoto. Nenhuma delas foi executada a contento.
Além disso, para saciar o apetite dos acionistas por lucros, houve redução dos
investimentos no setor e a Sabesp ainda demitiu trabalhadores e reduziu a
manutenção do sistema.
Atualmente, dos 3 trilhões de litros de água captados nos
reservatórios, a Sabesp perde 750 bilhões em vazamentos na coleta e
distribuição. Ela também trata apenas 64% dos esgotos domésticos sob sua
responsabilidade. Por outro lado, a Sabesp fatura R$ 11 bilhões por ano em
tarifas cobradas dos consumidores
Z�atp����
font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 20px; orphans: auto; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px; -webkit-text-stroke-width: 0px; text-align: justify; background-color: rgb(255, 255, 255);">Diante da crise, o texto de renovação da outorga já indicava as medidas urgentes: 1) Redução da dependência do Sistema Cantareira, criando fontes alternativas; 2) Combate às brutais perdas de água da Sabesp; 3) Aumento da coleta e do tratamento do esgoto. Nenhuma delas foi executada a contento. Além disso, para saciar o apetite dos acionistas por lucros, houve redução dos investimentos no setor e a Sabesp ainda demitiu trabalhadores e reduziu a manutenção do sistema.
Atualmente, dos 3 trilhões de litros de água captados nos reservatórios, a Sabesp perde 750 bilhões em vazamentos na coleta e distribuição. Ela também trata apenas 64% dos esgotos domésticos sob sua responsabilidade. Por outro lado, a Sabesp fatura R$ 11 bilhões por ano em tarifas cobradas dos consumidores