Foto - PTI - Após dois dias de debates e apresentações, o Congresso Internacional
de Biogás chegou ao fim nessa quinta-feira (14) com a perspectiva de uma
mudança no olhar dos governos e instituições internacionais a respeito do
biogás como fonte de energia. Representantes de 16 países da América Latina
participaram do encontro, que havia começado na quarta-feira (13), expondo
experiências, sucessos e desafios do trabalho com o biogás.
“Eventos como esse ajudam a fazer com que o olhar sobre o biogás deixe
de ser pontual, estritamente energético”, avaliou Cícero Bley Jr.,
superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional. “Como o que
interessa aos governos é uma produção de energia em grande escala, o biogás
acabava sendo deixado de lado. Agora, já se sabe que, de um ponto de vista
sistêmico, o biogás tem grande valor para o desenvolvimento."
No encerramento do Congresso, foi anunciada a elaboração de uma carta
de recomendação com as propostas de políticas públicas para o biogás levantadas
pelos participantes. O jornalista Washington Novaes será o responsável por
reunir as sugestões dos grupos de trabalho em um único documento. A primeira
versão deve ficar pronta até o final de agosto e os representantes das agências
internacionais garantiram apoio na divulgação da versão final.
As propostas para a carta de recomendação foram elaboradas por cinco
grupos de trabalho, na manhã desta quinta-feira (14), e apresentadas pouco
antes do encerramento. Cada grupo focou em um tema: políticas para programas de
biogás; marco regulatório de biogás; marco institucional do biogás; programas
de capacitação em biogás e inclusão do biogás na agricultura familiar e desenvolvimento
rural.
“O que vimos nesse congresso foi o trabalho conjunto de pessoas muito
capacitadas para abordar uma questão relacionada a muitas facetas”, disse
Ricardo Dornelles, diretor do departamento de Biocombustíveis do Ministério de
Minas e Energia. “O biogás não é só energia, é também agricultura, pecuária,
economia. Temos que trabalhar de forma colaborativa, para criar uma política
ampla, homogênea e duradoura para o biogás."
Minoru Takada, diretor da iniciativa Sustainable Energy for All
(SE4ALL) e conselheiro sênior para Políticas do secretário-geral da ONU,
reforçou a importância da integração para fortalecer o investimento em energias
renováveis. “Estamos formando uma força global a favor de um projeto que
garantirá melhores condições de vida a milhares de pessoas em todo o mundo”,
disse.
O Seminário Internacional de Biogás reuniu ações da Força Tarefa 37 –
Biogás-Espelho, criada em abril pela Agência Internacional de Energia (IEA), e
teve o apoio da Itaipu Binacional, Organização Latino-Americana de Energia
(Olade), escritório regional da FAO para América Latina e Caribe, Instituto
Internacional de Cooperação para a Agricultura (IICA), Organização das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), Ministério das Relações Exteriores
e de Minas e Energia.
A última atividade do congresso foi na tarde dessa quinta-feira. Os
participantes fizeram uma visita técnica ao Condomínio de Agroenergia
Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, para observar na prática algumas das
experiências relatadas no evento.
A
Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de
potência instalada, a Itaipu Binacional é a maior geradora de energia limpa e
renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 17% de
toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Em 2013, superou o
próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.630.035
megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão
empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e
ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico,
sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro
chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho
operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o
desenvolvimento sustentável e a integração regional”.