Fonte: Tribuna da Internet - Luciana Lima
A ex-senadora Marina Silva autorizou a
cúpula do PSB a iniciar uma consulta telefônica a diretórios e instâncias
regionais, para medir o apoio a sua candidatura à Presidência. A consulta está
sendo feita inclusive com aval do presidente nacional do partido, Roberto
Amaral, que era tido como um dos mais resistentes à indicação dela para a
cabeça da chapa que originalmente seria liderada por Eduardo Campos. Amaral,
segundo interlocutores, já se mostra aberto à ideia, embora as condições de uma
candidatura ainda estejam sendo negociadas.
Com a autorização, abriu-se imediatamente no partido
uma guerra interna sobre a indicação do posto de vice. As consultas telefônicas
aos diretórios também servirão para medir a aceitação dos principais nomes
levantados.
Pelo menos três grupos se lançaram em campanha para
levar a indicação na tarde de sexta-feira (15). A lista de cotados inclui até
mesmo a viúva de Eduardo Campos, Renata, e o irmão dele, Antonio Campos. Os
dois chegaram a ter seus nomes sugeridos em reuniões realizadas na manhã desta
sexta. A proposta partiu do PSB pernambucano, que tenta ficar com a vaga que
hoje é de Marina Silva. Internamente, entretanto, os nomes pernambucanos tidos
como mais “políticos” seriam o ex-deputado Maurício Rands, atualmente responsável
pelo programa de governo da campanha presidencial, e o ex-ministro Fernando
Bezerra.
ERUNDINA
COTADA
De acordo com fontes da cúpula socialista, Amaral
disse que aceitaria a indicação de nomes como o da deputada Luiza Erundina
(PSB-SP) para a vaga. Ela teria a vantagem de ser de São Paulo, maior colégio
eleitoral do país, e de não ser candidata a nenhum cargo majoritário. Ela tem
também a simpatia de Marina, que chegou a defender sua candidatura ao governo
de São Paulo. Amaral também mantém boas relações com o PT, antigo partido da
deputada, que atualmente é candidata à reeleição na Câmara.
Outro grupo envolvido nas conversas é o núcleo do PSB
mais próximo a Eduardo Campos, que reunia todos os seus principais
articuladores políticos. Por ser candidato a deputado federal e não a uma vaga
majoritária, o nome de Júlio Delgado (MG) é dos mais citados. O parlamentar por
pouco não foi lançado candidato ao governo de Minas Gerais e poderia agregar
votos no Sudeste.
No mesmo grupo, entretanto, surge ainda o nome do
deputado Beto Albuquerque, que foi escolhido por Campos como nome para a
disputa do Senado no Rio Grande do Sul. Ele sempre manteve bom trânsito na
cúpula da legenda e chegou a ser cotado como coordenador-geral da campanha de
Eduardo Campos. Os críticos, entretanto, alegam que o estado de origem de
Albuquerque traria poucos dividendos eleitorais para a chapa.