O curso de Música da UNILA foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) com nota 4 – numa escala de 1 a 5. Esse é o primeiro curso da Universidade a ser reconhecido pelo MEC. A avaliação foi realizada nos dias 18 e 19 de agosto por uma comissão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o resultado divulgado nesta sexta-feira (29).

O processo de avaliação é feito por dois docentes de universidades federais, que observam pontos relacionados à organização didático-pedagógica, ao corpo docente, aos discentes, técnico-administrativos e instalações físicas. Nas próximas semanas outros cursos da UNILA irão passar por processos de reconhecimento: Geografia, Antropologia, Ciência Política e Sociologia, Ciências da Natureza, Desenvolvimento Rural, Engenharia Civil de Infraestrutura, Engenharia de Energias Renováveis, Ciências Biológicas, Cinema, Letras – Expressões Linguísticas e Literárias e Letras – Artes e Mediação Cultural. Já o curso de Relações Internacionais e Integração está passando por avaliação nesta semana.

“É extremamente gratificante porque é um reconhecimento do projeto de ensino que estamos desenvolvendo. Estamos começando um ciclo e estamos começando muito bem”, comemorou o reitor da UNILA, Josué Modesto dos Passos Subrinho. “Construir uma universidade não é um trabalho fácil e, no nosso caso, fortemente enriquecido pela diversidade cultural e de nacionalidades, o que torna o processo ainda mais complexo”, ressaltou.

O pró-reitor de Graduação, Marcos Xavier, ressalta que a nota 4 recebida na avaliação contribui para a visibilidade do curso e da Universidade. “Torna a universidade mais atrativa para os estudantes e valoriza o diploma”, diz. Xavier ressalta que os pontos mais altos na avaliação foram a qualidade do projeto pedagógico, a produção científica e o engajamento dos docentes. “Isso fez a diferença e coroa o esforço que vem sendo feito há quatro anos para a consolidação de cursos com qualidade. O principal foco da qualidade é o projeto pedagógico, o corpo docente e o corpo discente e isso foi valorizado pela comissão”, afirmou.

Esse ponto também é destacado pelo reitor da UNILA. “Ninguém é ingênuo de dizer que a infraestrutura não é importante, mas, muito mais que uma coleção de prédios, laboratórios, escritórios, o que faz uma universidade é o envolvimento de docentes, técnico-administrativos, estudantes, comunidade. Felizmente os avaliadores perceberam esse diferencial”, apontou.

Sobre as deficiências infraestruturais apontadas pelos avaliadores do Inep, Subrinho explica que as melhorias são um processo contínuo e cita a mudança do curso de Música para o Edifício Almada como uma das ações que estão sendo colocadas em prática. “Esses investimentos são um processo contínuo. No final do ano passado e neste ano, por exemplo, agregamos um número grande de professores e técnico-administrativos à Universidade, o que vai proporcionar um salto qualitativo em todas as nossas atividades”, destaca.

Para Xavier, a avaliação do MEC será um instrumento norteador para as revisões e adequações que se fizerem necessárias. “É um momento de aprendizagem, de amadurecimento e de reconhecimento”, diz o pró-reitor.

O coordenador do curso de Música, Alexandre Aguiar Lopes, diz que a formatação do curso, que integra o ensino da música erudita com a música popular era um motivo de preocupação. “É uma visão bastante inovadora, tanto no Brasil como na América Latina, e fomos pioneiros”, explica, lembrando que, normalmente, os cursos se dividem nessas duas vertentes sem integrá-las. “É um resultado bastante positivo para o curso, que ainda está em processo de configuração”, diz. Para ele, o reconhecimento e a aprovação da linha metodológica vai ajudar a divulgar o perfil do curso e atrair mais estudantes para a UNILA.

O curso

A graduação em Música da UNILA teve início em 2012 e apresenta duas interfaces principais: a pesquisa em linguagem musical, história e repertório; e a possibilidade de desenvolvimento técnico, estético e de performance para o violão, o canto e o piano.

Um dos diferenciais é a abertura para a música popular, através do estudo da sua história, da prática instrumental e de disciplinas como improvisação, harmonia e arranjo. A carreira é caracterizada pela ênfase na pesquisa musicológica e etnomusicológica, voltada para o estudo da história e linguagem musical de tradição europeia ocidental e para a produção musical da América Latina e Caribe, com estudos dos processos de formação destas culturas musicais e suas particularidades.