Eduardo Lopes, do
Ministério da Pesca e Aquicultura, esteve em Foz do Iguaçu para participar do
Aquaciência 2014, promovido Aquabio.
Foto: Internet - O
ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, defendeu nesta terça-feira (2),
em Foz do Iguaçu, a produção da tilápia como estratégia de elevar a produção do
pescado no Brasil. A liberação da espécie no Lago de Itaipu, ainda em processo
de negociação, é uma antiga reivindicação dos pescadores da região.
“O
Brasil tem hoje mil reservatórios. Só com meio por cento das lâminas d’água
desses reservatórios, nós poderemos alcançar uma produção de 20 milhões de
toneladas de peixe por ano, tendo a tilápia como principal espécie”, afirmou.
Essas
20 milhões de toneladas, segundo o ministro, representariam dez vezes mais o
que o País produz hoje, considerando todos os setores da pesca – e 20 vezes
mais levando em conta apenas a aquicultura.
“Então
é um potencial gigantesco, que precisa ser explorado”, ressaltou, destacando
alguns projetos do ministério para acelerar a produção.
Eduardo
Lopes esteve em Foz do Iguaçu para participar do Aquaciência 2014, um evento
promovido a cada dois anos pela Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia
Aquática (Aquabio). A iniciativa tem apoio de Itaipu Binacional, Unioeste e do
Instituto Federal do Paraná – entre outras entidades.
Segundo
o ministro, somente a China produz hoje 60 milhões de toneladas de peixe por
ano, contra 2,5 milhões o Brasil. A produção nacional, por exemplo, é menor que
a de países como do Vietnã, cujo território “talvez não seja muito maior que
Paraná e Santa Catarina juntos”.
“Ao
mesmo tempo que incomoda, essa situação nos motiva”, afirmou, citando que, nos últimos
anos, o consumo anual médio do brasileiro alcançou 14,5 quilos de peixe, já
dentro da faixa preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “O Brasil
está dando passos, senão largos, passos firmes na direção do desenvolvimento
desse setor tão importante”, salientou.
O
diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, lembrou que o Brasil tem uma
das melhores bacias hidrográficas do planeta, com a maior quantidade de água
doce disponível. Somado às usinas hidrelétricas e as barragens para irrigação e
para saneamento, o potencial de produção é imenso.
“Mas
tudo isso não tinha um aproveitamento adequado do ponto de vista de fazer um
uso múltiplo dessas instalações. Com a constituição do Ministério da Pesca,
começou-se a trabalhar nesse processo e a região oeste do Paraná, hoje, deu um
salto extraordinário”, afirmou.
Samek
citou, por exemplo, que a quantidade de carne de pescado na região já é a
terceira no ranking de produção, à frente da carne bovina. “Então é uma cultura
com uma ascensão muito grande e Itaipu apoia esse processo.”
“Queremos
nosso reservatório não apenas para produzir energia, mas para uso múltiplo.
Desde a pesca, da irrigação, do transporte, das questões relacionadas à pesca
esportiva, pesca profissional, tanques-rede, enfim, tudo aquilo que temos à
disposição para criar oportunidades, criar renda, bem-estar e, acima de tudo, o
desenvolvimento territorial local”, concluiu.
A
Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de
potência instalada, a Itaipu Binacional é a maior geradora de energia limpa e
renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 17% de
toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Em 2013, superou o
próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.630.035
megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão
empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e
ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico,
sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro
chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor
desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo,
impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.