Fonte: Tribuna da Internet - Mateus Coutinho
Estadão
O juíz Sergio
Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato que tramitam na Justiça
Federal do Paraná, rejeitou nesta segunda-feira, 22, o pedido de
compartilhamento das informações da delação premiada prestada pelo ex-diretor
Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal.
“O momento
atual, quando o suposto acordo e os eventuais depoimentos colhidos sequer foram
submetidos ao Juízo, para homologação judicial, não permite o compartilhamento,
sem prejuízo de que isso ocorra no futuro.”, afirma o magistrado na decisão. O
acordo de delação prevê um acerto de Costa com o MPF, que destacou uma
força-tarefa de seis procuradores para avaliar os depoimentos do ex-diretor.
Posteriormente esse acordo precisa ser levado ao juiz para ser homologado, o
que ainda não ocorreu.
A decisão
responde às solicitações feitas pela CPI mista que investiga a Petrobrás, pela
Controladoria-Geral da União e pela própria estatal, que manifestaram interesse
de ter acesso à delação que vem sendo realizada por Costa, preso na Lava Jato
acusado de participar de esquema de lavagem e desvio de dinheiro na Petrobrás.
MELHOR CALAR…
Na semana
passada, Costa chegou a ir à sessão da CPI mista no Congresso, mas se manteve
em silêncio. Caso ele fornecesse detalhes de seu depoimento ao MPF, poderia
perder benefícios da delação premiada, como a redução de sua pena.
Segundo tem
sido divulgado pela imprensa, o ex-diretor teria revelado a existência de um
esquema de cobrança de propinas a políticos envolvendo contratos da estatal
petrolífera. Foram citados mais de 30 políticos, dentre eles o presidente do
Senado, Renan Calheiros, e o governador do Ceará, Cid Gomes.
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NOTA DA
REDAÇÃO DO BLOG – Os insistentes pedidos de vista ao depoimento de Paulo Roberto
Costa têm duplo objetivo: além de tomar conhecimento das novas informações, os
interessados (inclusive o Planalto) querem melar o processo, inviabilizar a
delação premiada e preservar a impunidade dos envolvidos. Mas o juiz federal
Sérgio Moro não é fácil. Em nome da Justiça, enfrenta o ministro do Supremo
Teori Zavascki de igual para igual e simplesmente diz não às determinações
dele. O jovem juiz está dando uma aula de Direito e de Ético a um bando de
velhos magistrados. (C.N.)