Deu no Estadão (Fonte: Tribuna da Internet)
VATICANO – A Igreja Católica abriu
ação penal contra o arcebispo polonês Josef Wesolowski, acusado de abuso sexual
e pedofilia na República Dominicana. Ele se encontra em prisão domiciliar.
É a primeira
vez que a Santa Sé toma essa decisão contra alguém de tão elevada hierarquia.
Foi o próprio papa Francisco quem exigiu uma decisão drástica sobre o caso, o
que levará ao primeiro julgamento de abuso sexual da história do Vaticano,
explicou nesta terça-feira, 23, o porta-voz Federico Lombardi.
Há seis meses,
a Congregação para a Doutrina da Fé já havia determinado a expulsão do
arcebispo do sacerdócio. Wesolowski foi núncio do Vaticano – cargo equivalente
ao de um embaixador. Na prática, não poderá mais realizar funções nem se
apresentar como sacerdote.
Como diplomata
e cidadão do Vaticano, o arcebispo também passou a enfrentar naquele momento as
acusações criminais pelo tribunal da Cidade do Vaticano, o que agora resultou
em pena de prisão. Enquanto não for julgado, determinou-se que “poderá sofrer
restrições de liberdade para não fugir”.
JOVENS DE BAIXA RENDA
Wesolowski
havia sido destituído do cargo de embaixador do Vaticano na República
Dominicana em agosto do ano passado, após ser acusado pela Procuradoria-Geral
da República por pedofilia contra jovens de baixa renda. Na sequência foram
abertas investigações tanto no Vaticano quanto na República Dominicana e na
Polônia. O procurador-geral dominicano, Francisco Domínguez Brito, afirmou, à
época, que os atos do ex-núncio foram graves. Segundo ele, ao menos sete
adolescentes foram abusados.
O caso foi
considerado particularmente delicado no Vaticano porque Wesolowski foi ordenado
como sacerdote e posteriormente como bispo por seu compatriota polonês, o papa
João Paulo II.