A senadora Gleisi Hoffmann contestou as críticas da oposição à Política Nacional
de Participação Social, que foi rejeitada pela Câmara e aguarda análise do
Senado. Ela frisou que a participação direta da população já é prevista em
vários artigos da Constituição e não interfere nas prerrogativas do Congresso.
Para Gleisi, o termo “bolivariano”, muitas vezes aplicado ao decreto, empobrece
o debate e procura desqualificar movimentos da sociedade civil.
“Infelizmente, tivemos uma votação, na semana passada, na Câmara dos Deputados,
e o projeto veio a este Senado da República, sustando o decreto da Presidenta
Dilma. Muitos senadores interpretam que a matéria fere a autonomia do Poder
Legislativo. Isso não é verdade, estamos fazendo uma falsa discussão, um falso
debate”, criticou.
Ao ressaltar que o decreto não cria novos conselhos e comissões nem instala
novos órgãos na administração, a senadora citou uma série de conselhos que
foram criados por lei e já operam como instituições legítimas de vários setores
da sociedade. “Como pode agora o mesmo Congresso que criou esses conselhos, que
validou essa participação popular que está em acordo com a Constituição
Federal, dizer que um decreto da presidente que regulamenta administrativamente
o procedimento no âmbito do Executivo Federal, pode ser uma afronta ao
Congresso Nacional?”, indagou.
Gleisi argumentou que o Decreto nº 8.243 apenas regulamenta uma matéria que já
é disciplinada pela Constituição Federal por Lei. “Ele organiza as instâncias
de participação social já existentes no Governo Federal. Estimula os órgãos e
entidades da Administração Pública Federal, direta e indireta, a considerarem,
na gestão das políticas públicas, as instâncias e os mecanismos de participação
social já existentes. Ainda amplia os mecanismos de participação para toda a
sociedade por meio de plataformas virtuais da internet, nas quais todos os
cidadãos podem se manifestar sobre políticas públicas, a exemplo do que
aconteceu com o marco civil da internet. É isso o que faz o Decreto da
Presidenta Dilma.”
A senadora destacou que o decreto não retira atribuições do Congresso Nacional,
nem interfere nos outros Poderes ou nos outros entes federativos, tão somente
regulamenta para o Poder Executivo Federal. “Portanto, não interfere na
autonomia e nas prerrogativas desta Casa”, frisou Gleisi.
Para ela, tanto a criação de conselhos como as consultas populares,
seja por meio de referendos ou mesmo de plebiscitos, são formas de ampliar a
democracia. “É investir na esperança de um mundo com mais harmonia e mais
consensos. Nenhum país do mundo deixou de ser democrático por consultar a
população. A Escócia acabou de decidir seu futuro ouvindo a população. A Itália
fez um referendo sobre a privatização do sistema de água pública, e 27 milhões
de italianos disseram “não”. Os conselhos podem sugerir leis que depois serão definidas
e esmiuçadas no Parlamento. Não vão substituir o Congresso, mas podem nos
ajudar a caminhar no rumo de ouvir as pessoas, ampliando a democracia e
construindo um país melhor para os nossos filhos e para os nossos netos”,
finalizou.
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