“O uso de tecnologias
avançadas trouxe inúmeros benefícios para a população sueca e agora também é
uma realidade para o Brasil”, disse Per-Arne Hjelmborn.
O
embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, afirmou que o acordo de
cooperação técnica assinado entre Itaipu Binacional e a montadora Scania, na
manhã desta terça-feira (18), no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do
Iguaçu (PR), fortalece a relação bilateral entre os dois países e contribui na
busca de soluções ambientalmente sustentáveis na área de mobilidade urbana.
Hjelmborn
participou da solenidade ao lado do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge
Samek; do diretor superintendente da Fundação PTI, Juan Carlos Sotuyo; do
diretor de Vendas de ônibus da Scania no Brasil, Silvio Munhoz; e de
representantes do Itamaraty, prefeituras da região e institutos de pesquisa.
“O
desenvolvimento sustentável é fundamental para tornar as cidades lugares cada
vez melhores para se viver, estudar e trabalhar”, disse o embaixador, lembrando
que Brasil e Suécia desenvolvem diversas parcerias em áreas-chave, como o
comércio, e investimentos em bioenergia, biocombustíveis, inovação e defesa.
“A
Suécia foi um dos países pioneiros no desenvolvimento e na aplicação de
tecnologias para o aproveitamento do biogás. As soluções suecas são
internacionalmente reconhecidas como altamente inovadoras”, ressaltou o
embaixador. “O uso de tecnologias avançadas trouxe inúmeros benefícios para a
população sueca e agora também é uma realidade para o Brasil.”
O
acordo assinado entre Itaipu e Scania prevê estimular no Brasil o uso do
biometano como combustível veicular. Participam do projeto o Centro
Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás-ER, desenvolvido pela
Itaipu e outras 19 entidades parceiras), Fundação PTI e Granja Haacke, de Santa
Helena (a 100 km de Foz do Iguaçu) – onde o biometano usado na binacional é
produzido, filtrado e envazado.
Na
cerimônia, também foi feita a primeira apresentação pública no País do ônibus
Scania fabricado na Suécia e que atende à normativa Euro 6. O modelo, que
ficará na Itaipu até o dia 24, é considerado um dos mais modernos veículos de
transporte público do mundo, que usa tanto gás natural veicular (GNV) quanto
biometano como combustível.
Jorge
Samek lembrou que Itaipu e parceiros já vinham desenvolvendo tecnologias para a
utilização do biogás na produção de energia elétrica e térmica, a partir do aproveitamento
dos dejetos da atividade agropecuária – como é o caso do Condomínio de
Agroenergia Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Estado.
Segundo
ele, o biogás traz uma solução inovadora para um problema ambiental grave – que
são as emissões de gases que provocam o efeito estufa e a poluição de rios,
lagos e córregos. “Agora, com este acordo, damos um passo a mais, com o uso
nobre deste gás na mobilidade urbana. Por isso, fazer essa parceria com a
empresa Scania, mundialmente reconhecida, é motivo de enorme satisfação para
Itaipu Binacional”, destacou.
“O
ônibus Scania [movido a biometano] demonstra que essa realidade é viável e que
já existe muita gente participando do esforço de produção do biogás e, por
consequência, do biometano no Brasil”, acrescentou o diretor da Scania Silvio
Munhoz.
O
superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Júnior, que
preside a Associação Brasileira de Biogás, disse que um dos principais
objetivos da parceria é favorecer a inclusão do biometano à matriz de
combustíveis do País. Atualmente, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) está com
uma consulta pública aberta para regulamentar o uso do combustível.
“Para
Itaipu, o ônibus Scania transformou-se em um laboratório ambulante que atesta a
qualidade do gás metano que estamos produzindo”, afirmou. “Se o gás da Granja
Haacke, das galinhas poedeiras, funciona num ônibus movido a este combustível,
ele vai funcionar em qualquer outro veículo. Isso é uma prova de que o nosso
gás é de excelente qualidade”, reforçou.
Ainda
segundo ele, o potencial de produção de biogás na região chega a 56 megawatts
de potência, o que equivaleria a uma pequena central hidrelétrica (PCH)
aplicada em mobilidade urbana. “Seria o suficiente para movimentar toda a frota
do transporte público da nossa região”, salientou.
A
Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de
potência instalada, a Itaipu Binacional é a maior geradora de energia limpa e
renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 17% de
toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Em 2013, superou o
próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.630.035
megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão
empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e
ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico,
sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro
chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor
desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo,
impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.