“Na verdade precisamos entender o que está acontecendo com um Estado que aumenta em 56% as suas receitas correntes líquidas e que diz que não tem dinheiro e não consegue fechar a conta do Estado”
Os deputados estaduais aprovaram nesta terça-feira (09) o aumento do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) proposto no chamado “pacotaço” do governador Beto Richa (PSDB) para reequilibrar o caixa financeiro do Estado. Apesar da votação e aprovação, o deputado estadual Nelson Luersen se posicionou desde o início contra, dizendo que não se pode buscar o equilíbrio das contas às custas do bolso do povo do Paraná. “Vamos votar contra o tratoraço, contra os 40% de aumento do IPVA, contra a tributação dos inativos, contra o aumento dos impostos para os empresários paranaenses, vamos votar a favor do Paraná. Aumentar imposto é para quem não tem a capacidade de administrar o Estado”, enfatizou Luersen, no discurso mais aplaudido nas galerias.
A sessão começou às 14h30 e terminou por volta das 23h40. As manifestações das galerias fizeram com que a sessão plenária fosse interrompida por três vezes. Entre os projetos mais emblemáticos aprovados ontem estavam: o de nº 511/2014, que institui taxação de 11% para os aposentados e pensionistas do estado que recebem acima do teto do INSS, hoje fixado em R$ 4.390,24; o de nº 513/2014, que aumenta de 12% para 18% ou 25% a alíquota do ICMS sobre até 95 mil itens de consumo popular; em 40% a alíquota do IPVA; e em um ponto porcentual a do ICMS do álcool e da gasolina; o de nº 514/2014, que cria um plano de previdência complementar para os servidores que ingressarem no serviço público a partir da entrada em vigor da lei; o de nº 16/2014, que retira a autonomia financeira da Defensoria Pública e modifica a escolha do defensor-geral, de voto direto dos defensores para lista tríplice.
Também foi aprovado empréstimo de US$ 300 milhões (R$ 770 milhões) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Na verdade precisamos entender o que está acontecendo com um Estado que aumenta em 56% as suas receitas correntes líquidas e que diz que não tem dinheiro e não consegue fechar a conta do Estado”, sentenciou Luersen.