Livro Plantio Direto: A tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira narra a saga dos pioneiros no sistema.
Foto: Alexandre Marchetti - Itaipu Binacional - Os pioneiros do sistema plantio direto (SPD) – técnica agrícola que surgiu no Paraná, nos anos 1970, e hoje está presente em aproximadamente 30 milhões de hectares no Brasil, quase metade da área plantada no País – foram os grandes homenageados do primeiro dia do 27º Show Rural Coopavel, nesta segunda-feira (2), em Cascavel (PR).
Com a presença de autoridades estaduais e produtores rurais da região, a Itaipu Binacional lançou na feira o livro Plantio Direto: A tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira. A obra narra a saga dos pioneiros Herbert Bartz, de Rolândia, Franke Dijkstra, de Castro, e Nonô Pereira, de Ponta Grossa.
O lançamento foi no auditório principal do Show Rural e emocionou os homenageados. Participaram da solenidade o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek; o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli; os secretários estaduais Norberto Ortigara (Agricultura) e Ratinho Júnior (Desenvolvimento Urbano); e a secretária executiva da Embrapa, Vania Beatriz Castiglioni, entre outras autoridades.
Também estavam presentes o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski; o conselheiro da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (FEBRAPDP), Ivo Mello; e os diretores de Itaipu Airton Dipp (técnico executivo) e Nelton Friedrich (Coordenação).
De acordo com Samek, que assina o prefácio da obra, os homenageados “mudaram radicalmente a nossa agricultura” e colocaram o Paraná no mapa do desenvolvimento tecnológico. “No início dos anos 1970, o Paraná estava sendo corroído pela erosão, que levava uma das nossas maiores riquezas, que é o solo. E o plantio direto é uma ferramenta extraordinária, criada por esses três heróis paranaenses, que revolucionou o Brasil e o mundo e que tem origem no nosso Estado”, definiu.
Visionários
Nonô Pereira falou em nome dos homenageados e disse que o grande mérito dos pioneiros, 40 anos atrás, foi investir na divulgação da tecnologia, que inicialmente provocou estranhamento e sofreu resistência dos antigos agricultores. “Éramos chamados de visionários, poetas, filósofos e até de loucos. Mas as novas gerações aceitaram [a nova tecnologia] e o programa avançou”, disse.
Herbert Bartz acrescentou que, no início, ninguém acreditava que o plantio direto fosse assumir o vulto e a importância que tem hoje, no Brasil e no exterior. “Por isso, nos sentimos muito honrados [com a homenagem de Itaipu]. Formamos um trio e não teria sido possível imaginar todo esse sucesso sem a intensa afinidade e colaboração que tivemos um com o outro”, completou.
Franke Dijkstra comentou sobre a desconfiança dos agricultores antigos com a novidade. “O grande problema é que todo mundo se orienta pelo conhecimento existente. Então você tem que quebrar paradigmas para chegar aonde chegamos”, ensinou.
Ainda segundo ele, a única certeza que os produtores tinham, quatro décadas atrás, para evitar o avanço da erosão e a perda de produtividade, era de que algo tinha que mudar na agricultura tradicional. “Do jeito que era, estávamos com os dias contados. Porque o solo é nosso maior patrimônio e temos de conservá-lo.”
Nonô Pereira também destacou o papel de Itaipu e do diretor-geral brasileiro da binacional para desenvolver a agricultura no Estado e no País. “Jorge Samek tem sido dedicado, entusiasta, apaixonado e avalista dos programas que ele acredita. E isso ele faz por nós, faz pela agricultura do Estado do Paraná”, elogiou, acrescentando que Samek “é o mentor de todo esse trabalho que nos deixou emocionados”.
Sobre o livro
Dividido em dez capítulos, Plantio Direto: A tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira tem 144 páginas e foi publicado com o selo da Editora Parque Itaipu, da Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), com apoio técnico da técnico da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP).
A obra teve a coordenação editorial de Paulino Motter e Herlon Goelzer de Almeida, assistentes da Direção Geral de Itaipu. A edição e o texto são do jornalista Dimitri Valle, com consultoria técnica de Ivo Mello. A tiragem inicial é de 2.300 exemplares, que serão distribuídos gratuitamente por Itaipu e parceiros.
Itaipu e o plantio direto
A história de Itaipu com o plantio direto é antiga. A empresa apoia e divulga a técnica desde 1997, além de desenvolver pesquisas na região Oeste do Paraná. O sistema está sustentado em três pilares: a cobertura permanente do solo durante todo o ano; nunca arar ou gradear o solo; e utilizar rotação de culturas.
Uma das iniciativas de Itaipu foi a criação de uma certificação do plantio direto de qualidade, em parceria com a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (FEBRAPDP). Esse projeto foi desenvolvido de 2011 a 2013 em 226 propriedades da Bacia Hidrográfica do Paraná 3.
Atualmente, Itaipu, FPFI e FEBRAPDP estão começando um novo convênio para uma versão atualizada do sistema de certificação. O trabalho tem como parceiros a Embrapa, Iapar, Emater, Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Instituto Rio Grandense do Arroz.
Itaipu e Embrapa também são parceiros no projeto Solo Vivo, para avaliar o impacto do plantio direto (e outras medidas conservacionistas, como a proteção de matas ciliares, adequação de estradas, terraceamento e práticas agroecológicas) em microbacias do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Desde a semana passada, uma página no portal da Itaipu na internet destaca o plantio direto, que é uma das prioridades do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável, do Cultivando Água Boa, com abrangência em toda a Bacia Hidrográfica do Paraná 3. O endereço é www.itaipu.gov.br/meio-ambiente/plantio-direto.
Itaipu no Show Rural
A Itaipu Binacional é uma das 480 expositoras do Show Rural, onde ocupa uma área de quase 220 metros quadrados para receber o público do evento, para o qual são esperadas mais de 200 mil pessoas.
O estande segue os preceitos de sustentabilidade, construído à base de madeira plástica, feita de sobras de madeira e de plástico, com um deck externo do mesmo material. A montagem começou na última quinta-feira (22).
Painéis mostrarão aos visitantes informações sobre Itaipu, como o Circuito Turístico, o primeiro atrativo da empresa a conquistar o certificado de qualidade ISO 9001, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a visão da empresa para 2020, quando Itaipu pretende se consolidar como uma usina geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do planeta.
Serviço – Show Rural
O que: Show Rural Coopavel
Quando: de 2 a 6 de fevereiro, em Cascavel.
Horário: Das 8h às 18h
Onde: BR 277 - KM 577
Ingresso: entrada gratuita
Estacionamento: são mais de 12 mil vagas. Não é cobrada taxa.
Estrutura: 720 mil m², 480 expositores, restaurante com 4 mil m², 5.530 metros de ruas
Informações: (45) 3225-6885
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Em 2013, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.630.035 megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.