Foz do Iguaçu assistiu a uma das maiores manifestações conduzidas por educadores já realizadas em sua história. Mais de cinco mil pessoas percorreram a região central, nesta quarta-feira (25), até o ato público que se concentrou em frente ao Núcleo Regional de Educação (NRE).
Educadores das nove cidades de abrangência da APP-Sindicato/Foz deram mais uma demonstração de unidade e mobilização em defesa da escola pública. O protesto aconteceu no momento em que representantes do governo e do sindicato iniciavam a terceira rodada de negociações, em Curitiba.
Além de professores, pedagogos e funcionários de escola da rede estadual de ensino, o ato unificado da educação reuniu professores municipais, docentes e servidores da Unioeste, estudantes de todos os níveis de ensino e integrantes de outras categorias profissionais.
Uma verdadeira marcha humana avançou pelas principais ruas da cidade de Foz do Iguaçu, conduzida pelo carro de som que alertava a população sobre o desmonte da escola pública praticado pelo Governo Beto Richa. Durante a passeata, comerciários e trabalhadores de diversas áreas manifestam o apoio e a solidariedade ao movimento dos educadores.
“Não estamos na rua por privilégios como o auxílio-moradia de R$ 4 mil que o governador acaba de conceder aos conselheiros do TCE. Estamos na rua contra as salas de aulas superlotadas, contra o sucateamento das escolas devido à falta de repasses do governo, contra o fim de projetos educacionais nas áreas de arte, idiomas, esportes e preparatórios para o vestibular. Estamos na rua em defesa da educação pública e de qualidade”, enfatiza Cátia Ronsani Castro, secretária de Formação Polícia Sindical da APP-Sindicato/Foz.
Desde o início da greve da educação, no dia 09 de fevereiro, a direção regional do sindicato tem promovido manifestações, passeatas e outras atividades para esclarecer a população sobre a realidade das escolas paranaenses. As mobilizações também são formas de pressionar o governo a atender a pauta de reivindicações formulada pela assembleia geral categoria e reverter as medidas que prejudicam a educação.
“Grande parte das escolas não tem condições de iniciar o ano letivo por culpa da gestão desastrosa do governo. Em muitas instituições faltam funcionários, pedagogos e professores. Faltam até materiais de básicos para o funcionamento de muitas escolas. Além disso, Beto Richa afundou as finanças do estado e agora tenta salvá-las retirando direitos e garantias trabalhistas dos servidores”, diz o professor Silvio Borges, uma das lideranças do movimento.
UNIFICADO
Durante do ato unificado da educação, estudantes, técnicos e professores da Unioeste fortaleceram o movimento contra o desmonte do ensino e os ataques aos direitos do funcionalismo.
A universidade também está em greve nos cinco campi de atuação. Além da falta de recursos para o custeio das instituições e a tentativa de retirar direitos dos servidores, o Governo Beto Richa propõe alterar a diretriz que garante a autonomia das instituições de ensino superior. Com isso, as universidades paranaenses poderão ter comprometidas as suas finalidades, que devem garantir ensino público, gratuito e de qualidade, além de atividades de pesquisa e extensão para toda a sociedade.
“Beto Richa está contra a educação de todos os níveis, desde a escola básica até o ensino superior. O projeto que o governador defende garante privilégios e benefícios para os ricos através da retirada de direitos dos trabalhadores e do corte nos serviços públicos essenciais para a população”, reflete a professora Silvana de Souza, docente do curso de pedagogia da Unioeste e integrante do Sinteoeste.
Durante o ato a educação, a Unioeste ainda foi representada pelo professor Fernando José Martins e pela acadêmica Jucirlei Santos, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE). A professora Deise representou os educadores da rede municipal em greve e vários estudantes presentes referendaram o apoio do movimento estudantil à paralisação.
A GREVE CONTINUA
Terminada a terceira rodada de negociações, os educadores do Paraná continuam em greve. Embora a proposta do governo sinalize alguns avanços, ela não contempla as exigências da categoria para o fim da paralisação.
As principais divergências na negociação entre o governo e os educadores são:
- O governo assumiu o compromisso de implementar as promoções e progressões atrasadas junto ao salário de maio para os funcionários junho para os professores. Porém, não se comprometeu em pagar os valores retroativos.
- O governo recuou da suspensão das licenças especiais para o ano todo, mas as mantém suspensas até junho.
- O governo recuou da suspensão do PDE para o ano todo, mas o mantém suspenso até agosto.
Vale destacar que a questão da previdência dos servidores não está totalmente resolvida. Não há compromisso do governo de manter o fundo previdenciário, no mínimo, nas mesmas condições em que está atualmente.
Com isso, a greve continua e as propostas apresentadas deverão ser avaliadas pela categoria nos próximos dias.
A mobilização dos educadores realizada nesta quarta-feira, na Capital do Estado, contou a presença de 80 professores, educadores e funcionários de escola das nove cidades representadas pela APP-Sindicato/Foz. A direção regional fretou dois ônibus para o deslocamento dos trabalhadores da educação.
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