O Programa Cultivando Água Boa, do Oeste do Paraná, foi considerado a melhor prática do mundo em gestão da água
Fotos: Alexandre Marqueti/Itaipu Binacional - Um programa socioambiental desenvolvido no interior do Paraná garante ao Brasil uma premiação inédita: o reconhecimento da ONU como a melhor gestão de recursos hídricos do mundo. O prêmio será entregue na próxima segunda-feira (dia 30), em solenidade na sede da ONU, em Nova York.
Concorrendo com 40 iniciativas de todos os continentes, o programa socioambiental Cultivando Água Boa, desenvolvido no Oeste do Paraná, conquistou o 1º lugar na categoria “Melhores práticas em gestão da água” da 5ª edição do Prêmio Água para a Vida 2015.
A outra categoria do prêmio, “Melhores práticas de participação pública, educativas, de comunicação e/ou de sensibilização”, teve a participação de 25 práticas. O primeiro lugar foi dividido entre iniciativas da Índia e da África do Sul. O prêmio é uma iniciativa no âmbito da década internacional da água (2005/20015), patrocinada pela ONU.
De todo o mundo
No total, participaram do prêmio dez práticas inscritas pela Europa, onze pela África, 20 pela Ásia, 23 pela América Latina e Caribe e um pela Oceania. O Brasil inscreveu sete trabalhos. A escolha das melhores práticas foi feita por um comitê especial da ONU, formado por especialistas em meio ambiente, água e desenvolvimento sustentável.
Criado em 2010, o Prêmio da ONU para as “Melhores práticas em gestão da água” tem como objetivo promover esforços para atingir os compromissos internacionais com a água e questões relacionadas, estabelecidos para 2015, reconhecendo os programas que garantem uma gestão da água e do desenvolvimento sustentável, a longo prazo.
As práticas devem, também, contribuir para que sejam atingidas as metas dos Objetivos do Milênio, da Agenda 21, Carta da Terra, e do Plano de Implementação de Johanesburgo, todos relacionados ao desenvolvimento sustentável, com ênfase nas áreas de recursos naturais, erradicação da pobreza, saúde, comércio, educação, ciência e tecnologia.
Solenidade
A entrega do prêmio às práticas vencedoras está marcada para as 12h45 (horário local) de segunda-feira (30), na sede da ONU, em Nova York. A comitiva brasileira que irá participar da solenidade é formada pelos diretores gerais brasileiro e paraguaio de Itaipu, Jorge Samek e James Spalding; pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Miguel Friedrich; por uma das gestoras do Cultivando Água Boa, Silvana Vitorassi; e pelo prefeito de um dos municípios beneficiados pelo programa, Moacir Luiz Froehlich, de Marechal Cândido Rondon.
A Itaipu Binacional criou o programa em 2003 e, hoje, ele é desenvolvido nos 29 municípios da Bacia do Paraná 3, no Oeste do Paraná, onde vivem mais de um milhão de pessoas. As ações socioambientais são feitas em parcerias com prefeituras, órgãos públicos, empresas e a comunidade. Atualmente, são mais de dois mil parceiros.
Gestão em parceria
O programa se fundamenta na gestão integrada de bacias hidrográficas e atua por bacia, sub-bacia e microbacia, visando garantir a quantidade e a qualidade das águas e, também, a sustentabilidade do território. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, destaca justamente essa participação, “assumida e compartilhada por todos os atores sociais da bacia hidrográfica”, e afirma que “esse o grande diferencial do programa, que vem contribuindo para uma constante melhoria das condições socioambientais da região”.
“Esse aspecto da governança do programa, de democracia direta, é o principal fator de sucesso e reconhecimento do CAB”, acrescenta o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, responsável desde o início pela coordenação geral do Cultivando Água Boa.
O CAB, recentemente adotado em Minas Gerais como política pública de sustentabilidade, deve ser implementado em diversas outras regiões do Brasil, já foi replicado como projeto piloto em países como Guatemala, República Dominicana, Bolívia, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Ao apresentar as práticas vencedoras de 2015, em seu site, (http://www.un.org/waterforlifedecade/winners2015.shtml), a ONU enumera os resultados do Programa Cultivando Água Boa e avalia que as ações contribuem para solucionar os problemas sociais e ambientais da Bacia do Paraná 3, “promovendo uma nova visão dos recursos hídricos, através da participação de todos os atores envolvidos”. (http://www.un.org/waterforlifedecade/winners2015.shtml)
Facebook da presidente destaca o prêmio
Nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff destacou o reconhecimento ao CAB em sua página oficial do facebook com o seguinte texto:
RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
Em meio a um período de escassez em várias regiões do Brasil, o programa Cultivando Água Boa (CAB), da Itaipu Binacional, foi reconhecido pela ONU como a melhor prática de gestão de recursos hídricos entre outras 40 desenvolvidas em todo o mundo. Saiba mais e conheça a iniciativa no link! (http://www.cbnfoz.com.br/editorial/foz-do-iguacu/noticias/21032015-243115-programa-cultivando-agua-boa-recebera-premio-na-organizacao-das-nacoes-unidas)
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,2 bilhões de MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.