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Ministro das Comunicações discute a instalação de condomínio de datacenters para atender Mercosul
  Data/Hora: 12.jul.2015 - 7h 10 - Categoria: Itaipu Binacional  
 
 
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Ricardo Berzoini participou de uma reunião de trabalho no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e visitou a usina hidrelétrica. A ideia é transformar a região em um ponto de tráfego internacional de dados.

 

Fotos: Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional - O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, e o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, participaram nesta quinta-feira (9), em Foz do Iguaçu, de uma reunião de trabalho para discutir a instalação de um condomínio de datacenters no Parque Tecnológico Itaipu (PTI). A ideia é transformar a região em um ponto de tráfego internacional de dados, conectando com banda larga os países do Mercosul.

Atualmente, toda a comunicação internacional do Brasil com outros países – incluindo os vizinhos Paraguai e Argentina – passa por Miami, nos Estados Unidos, via banda larga ou em cabos submarinos. Com o condomínio de datacenters, esses dados ficariam armazenados em território nacional, melhorando as condições de segurança e reduzindo os custos da operação.

Ricardo Berzoini lembrou que o governo acabou de assinar a constituição de uma empresa para implantar cabos de fibra ótica entre o Brasil e a Europa, ligando Fortaleza a Lisboa – o que também vai reduzir a dependência em relação ao tráfego de dados com Miami. A constituição de um condomínio de datacenters na região trinacional ajudaria a fortalecer esse processo.

 

“Datacenters de grande porte, que permitem pontos de troca de dados, garantem ao Brasil maior independência, maior segurança e, principalmente, menor custo. Você pode gastar menos para fazer essa troca de dados com outros países”, disse.

O ministro informou ainda que o acordo com Itaipu abre caminho para novas parcerias com outras empresas de energia, aproveitando o potencial das linhas de transmissão que contam com fibra ótica. “Nosso objetivo é ter parcerias com todo o setor elétrico para ter, efetivamente, a ampliação da capacidade de tráfego de dados no Brasil, tendo internet de banda larga com grande velocidade e preço acessível.”

Jorge Samek lembrou que a linha de transmissão de 500 kV ligando Itaipu à Grande Assunção, no Paraguai, inaugurada em 2013, foi construída dotada de fibra ótica, visando justamente a interconexão futura de dados entre os países. “Cada vez mais os países vêm se integrando e o Mercosul é um exemplo disso. A ferramenta que ajuda muito nesse processo é a comunicação.”

O chefe da Assessoria de Informações de Itaipu, Carlos Roberto Sucha, explicou que o grupo de trabalho formado para discutir a viabilidade do condomínio de datacenters trabalha em cinco frentes: fornecimento de energia para o sistema, infraestrutura, telecomunicações, questões normativas e localização.

Em relação ao espaço físico, a ideia é que o condomínio tenha capacidade para abrigar cinco datacenters. Cada um deles deverá ocupar uma área de 2.700 metros quadrados, com 1.500 metros quadrados de área construída. Segundo Sucha, a infraestrutura de fibra ótica da linha de 500 kV poderá acelerar o processo de formação do condomínio.

“Quando a gente incentiva a instalação de um condomínio de datacenters no território nacional, significa que esses dados estão dentro do nosso território, com o modelo de proteção que a gente estabelece. Isso é muito importante para o País”, afirmou.

A reunião desta quinta-feira é uma das etapas do acordo de cooperação assinado no final do ano passado entre Itaipu, Fundação PTI e Ministério das Comunicações. Também participaram do encontro o diretor-superintendente da Fundação PTI, Juan Carlos Sotuyo, a diretora financeira administrativa de Itaipu, Margaret Groff; e o diretor técnico, Airton Dipp – entre outras autoridades.

Outro assunto discutido no encontro foi a interação do Programa Cidades Digitais, do Ministério das Comunicações, com a estratégia regional de desenvolvimento territorial, baseada no Programa Oeste em Desenvolvimento – que abrange os 54 municípios da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop).

O tema foi apresentado pelo assistente da Direção Geral de Itaipu, Herlon Goelzer de Almeida, que representa a empresa na coordenação do programa regional. Herlon propôs ao ministro sugestões para incrementar o programa federal e facilitar a comunicação entre os municípios da região trinacional.

 

Visita ao PTI

Antes do encontro, Ricardo Berzoini conheceu alguns dos projetos do PTI – como o centro de operações do Programa de Mobilidade Elétrica Inteligente (Mob-i) e o Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb) – e destacou o papel de Itaipu como indutor do desenvolvimento de novas tecnologias em diferentes segmentos. À tarde, fez uma visita técnica à usina hidrelétrica.

“O fato de você ter uma empresa com a importância de Itaipu, com a noção de correlação entre o papel que exerce para o Brasil e o que pode exercer em termos de geração de demandas para novas tecnologias, aponta para o caminho que a gente quer, [ou seja] agregar valor à nossa produção e permitir que o Brasil, além de ser um grande produtor de commodities, possa cada vez mais produzir conhecimento, inovação, para adensar as suas cadeias produtivas”, disse.

Jorge Samek fez um balanço positivo do encontro com Ricardo Berzoini e disse acreditar no estabelecimento de novas parcerias. “Hoje o ministro veio a Itaipu com toda a equipe, com todos os secretários. Na verdade, o ministério se transferiu para Foz do Iguaçu para conhecer os nossos projetos, discutir as nossas parcerias e ver o que pode ser feito daqui para frente. Por isso, estou muito otimista”, concluiu.

 

 

 

A Itaipu

Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,2 bilhões de MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.

 
 

 

 

 
 
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