Será que o desejo de fazer Justiça, não o transformou num “justiceiro” frio e calculista. Ou seja, perdeu a noção do seu próprio SER e com ela o sentimento de integração, o equilíbrio emocional, as relações efetivas e o próprio senso de Justiça...
Foto: Internet - Nunca é demais lembrar que esta espécie de “dedoduragem”, que hoje leva o sugestivo nome de “delação premiada” começou com o “Fascismo”, denominação que se dá ao regime que surgiu na Europa, justamente no intercurso das duas grandes guerras mundiais, onde os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais, representado por um governo autocrático, ceifaram a vida de milhares de seres humanos...
Por que digo isto?
José Dirceu já vinha cumprindo pena domiciliar pela sua condenação no Mensalão. Haveria necessidade de ser preso novamente?
Já estava preso. Por que não conduzi-lo coercitivamente até Curitiba para um novo interrogatório? De preferência, inclusive, de forma discreta, longe dos holofotes da mídia. Não teria sido uma ação muito mais próxima do que prega a própria Justiça em termos de humanização do sistema?
Mais não, muito pelo contrário. E o que um ato como esse pode desencadear como um efeito cascata? Montesquieu, já dizia: “a injustiça feita a um é uma ameaça a todos...”. A impressão que fica diante de medidas como está, é que tanto o Juiz Sergio Moro, bem como os delegados e promotores que o acompanham pouco se importam com as garantias constitucionais das pessoas que estão sendo encarceradas.
Como aceitar delação premiada, por exemplo, de delatores que ele próprio sabe que há anos vêm cometendo crimes, muitos deles reincidentes – e o pior dos piores – como o próprio Sergio Moro sabe, ligados “umbilicalmente” ao campo político do DEM e do PSDB, inimigos mortais do atual governo e que já foram derrotados quatro vezes nas urnas e estão desesperados para voltar ao comando...
É fato público e notório que a Operação “Lavajato”, a primeira vista, surgiu como um novo modelo de se fazer Justiça nesse país. Mas, conceder o prêmio da “delação premiada” a Alberto Yussef, por exemplo, figura conhecidíssima no Estado por ter sido o pivô principal do desmonte do Banestado, entre outros crimes, chega a ser assustador.
É fato também, - e muito bem lembrado recentemente – “que enquanto Hitler foi bem-sucedido, ninguém suspeitou de que ele fosse louco. Mas, no último momento, ele próprio soube que era louco - suicidou-se”.
É fato também – que, se a presidente Dilma não tomar providências rápidas, decisões firmes e coerentes em regime de urgência, essa energia de ódio e ressentimento que as viúvas do Aécio Neves vêm pregando com o apoio declarado da “grande mídia”, poderá levar o país a entrar numa “aspiral”, muito parecida como aquela em que se formam os “tornados”.
É fato, e parece que todos já esqueceram que o combate a corrupção no decorrer dos últimos 13 anos, foi um trabalho efetivo e sistemático. A Polícia Federal realizou mais de duas mil operações e prendeu milhares de ladrões do dinheiro público, afastou e demitiu centenas de servidores públicos, entre os quais policiais federais...
Esse combate a corrupção, tem que ser levado a diante sim, ninguém contesta isso – muito pelo contrário – que todos os culpados sejam julgados e presos. O que não podemos permitir é que forças estranhas possam usar esses deslizes para judicializar a política e criminalizar um Governo legítimo, colocando em risco a própria democracia. (continua...)