21.9.15
Fonte: Tribuna da Imprensa - ILUSKA LOPES -
O imperialismo estadunidense já produziu e, depois passou a combater várias aberrações e organizações depois taxadas de terroristas, tudo para manter a dominação global sem medir as consequências. Para diversos historiadores idôneos, os EUA praticam uma política antiterrorismo apenas para nos enganar, jogo no qual fazem a muito tempo e levam até hoje.
Concordo plenamente com eles.
Segundo essa linha de pensamento a criação do Estado Islâmico por parte dos Estados Unidos, passou por três etapas: A destruição de regimes seculares e estabilizadores do Iraque e Síria e o apoio aos fundamentalistas sunitas contra Assad, segundo o historiador Robert Freeman.
“A coisa mais importante a entender sobre o Estado Islâmico é que ele foi criado pelos Estados Unidos”, afirmou o historiador Robert Freeman no Portal de notícias “Common Dreams“.
Para ele a criação passou por apenas três etapas importantes.
A primeira fase de criação do grupo Estado Islâmico surgiu durante a guerra do Iraque e a derrubada do governo secular de Saddam Hussein.
Segundo o autor, o regime de Hussein era “corrupto, mas estabilizador”, durante seu governo não havia Al Qaeda no Iraque e o Estado Islâmico está enraizado precisamente na Al Qaeda.
Além disso, o governo EUA deixou o poder no Iraque com metade da população que é sunita nas mãos de um governo xiita. O fato de que o Exército iraquiano e Curdo (peshmerga) terem sido derrotados pelo Estado Islâmico é porque eles preferem se aliar com seus correligionários jihadistas sunitas que se juntaram com seus “adversários religiosos” xiitas , diz o historiador.
A segunda etapa foi na campanha contra o governo de Bashar al Assad na Síria. O presidente sírio contava com uma força que por muitos anos manteve “uma paz relativa” a um conjunto de seitas religiosas existentes no país, afirma Freeman. Em suas tentativas de desestabilizar o governo da Síria, os EUA ajudaram o “precursor” do Estado Islâmico no país, entre os quais, segundo o autor, é o Front-Nusra.
“A terceira etapa da formação do Estado Islâmico veio quando o governo dos Estados Unidos juntamente com a Arábia Saudita e Turquia se organizaram para financiar e apoiar os rebeldes na Síria”, que, de acordo com Freeman, já era um “pré-Estado Islâmico”.
A Arábia Saudita, professa em sua fé principalmente, o Wahhabism, uma das versões mais “virulentas e agressivamente anti-ocidental” do Islã. Isso explica por que 15 dos 19 sequestradores terroristas de 11 de setembro de 2001, eram sauditas e do próprio líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden.
Por sua vez a Turquia persegue seus próprios interesses na região, algo demonstrado pelo fato de que este país financiou e promoveu o Estado Islâmico, e não se juntou aos ataques aéreos atuais promovidos pelos EUA e seus aliados contra posições do grupo jihadista na Síria.
A Turquia não está interessada em fortalecer os combatentes Curdos contra o Estado islâmico, pois dessa forma poderia estar fortalecendo a formação de um Estado Curdo, lembrando que “uma parte dele seria hoje o território turco”, diz Freeman.
Apesar de ter criado o Estado Islâmico, os EUA mostram uma fragilidade na hora de combatê-lo devido a uma ausência de “estratégia coerente”. Neste sentido, os “rebeldes moderados” que os EUA treinaram na Síria contra Assad agora se recusam a lutar contra o Estado islâmico, fato que segundo o autor, não é surpreendente, uma vez que estes rebeldes jihadistas os deram armas fornecidos pelos EUA, lembra o autor.
“As forças mais capazes de derrotar o Estado Islâmico” no curto prazo, conclui ele, são a Rússia, a Síria e o Irã. Para ele, o anuncio feito pelo presidente Barack Obama de combater o terrorismo é apenas um jogo para enganar.
Mas o governo dos EUA prefere ver uma situação se agravar ainda mais com os terroristas do que ver eles serem vencidos por seus inimigos, conclui o historiador Robert Freeman.