A Itaipu Binacional aderiu neste sábado, 10, na cidade de Milão, na Itália, à Carta de Milão, reafirmando o compromisso do governo brasileiro contra a fome e à pobreza. O documento tem quatro pontos centrais: desenvolvimento sustentável, fomento à agricultura responsável, redução de desigualdades nas áreas urbanas e respeito à identidade sociocultural que o alimento fornece. Várias ações desenvolvidas por Itaipu já estão ligadas a esse compromisso.
A adesão foi feita pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, pelo diretor de Coordenação, Nelton Friedich, e pelo diretor executivo de Coordenação (Paraguai), Pedro Domaniczky. Os três diretores participam do pavilhão Brasil da Expo Milão. Representando o governo brasileiro, Samek abriu a programação do seminário Território, Água, Energia e Alimento, com dados sobre a geração de eletricidade no Brasil, uma das mais limpas do planeta, e sobre a atuação de Itaipu em diversas outras áreas.
Programas sociais
Para Samek, “É necessário que os governos e as empresas trabalhem em conjunto para desenvolver políticas públicas que garantam os direitos básicos das pessoas”. E acrescentou: “Esse não é só um compromisso de instituições públicas, mas de toda a sociedade organizada”.
O diretor de Itaipu lembrou que o mundo replica vários programas sociais desenvolvidos no Brasil, como Fome Zero, Luz para Todos e Merenda Escolar. Muitas iniciativas de Itaipu também vêm sendo mundo afora, entre elas, o Programa Cultivando Água Boa, hoje adotado em seis países e em dois estados brasileiros. O programa de uso do biometano, que reaproveita resíduos orgânicos, é outro exemplo de sucesso. A ação já está replicada no Uruguai.
Para um público de 120 convidados, Samek explicou como a atuação de Itaipu, a maior geradora de energia limpa renovável do mundo, está diretamente conectada aos temas da Carta de Milão. Itaipu é referência nas ações de preservação ambiental, no incentivo à produção de alimentos orgânicos e em geração de energia limpa e renovável, entre outros.
Investimentos
Inicialmente, Samek apresentou um panorama geral sobre os investimentos previstos pelo Ministério de Minas e Energia. De 2015 a 2018, o Brasil deverá contratar mais 31.500 MW de potência, dos quais quase 85% correspondem à geração de energias renováveis. Para 2024, a previsão é de um crescimento médio anual de 10% na geração por eólicas, pequenas centrais elétricas, termelétricas a biomassa e solar, passando de 20,9% de participação dessas fontes no parque de geração do sistema elétrico brasileiro, em 2018, para 27,3%, em 2024.
Com os novos empreendimentos hidrelétricos, somados aos investimentos em linhas de transmissão, a meta do governo brasileiro é chegar a 2018 com um sistema elétrico ainda mais robusto, com custos declinantes e tarifas competitivas internacionalmente.
Exemplos de Itaipu
Samek também explicou que a Itaipu Binacional é a principal referência do governo brasileiro para os novos projetos hidrelétricos. Embora seu projeto seja de uma época em que a preocupação ambiental era praticamente nula, Itaipu sempre deu atenção a essa questão.
Desde 1979, quando o reservatório da usina foi formado, foram plantados mais de 44 milhões de mudas nas margens brasileira e paraguaia da usina. É o maior programa de reflorestamento do mundo já feito por uma hidrelétrica. O principal programa socioambiental de Itaipu, o Cultivando Água Boa, criado em 2003, é referência não só para o setor elétrico brasileiro, como obteve da ONU o prêmio como a melhor prática de gestão hídrica do mundo.
Jorge Samek lembrou que o governo brasileiro vai aproveitar a experiência do Cultivando Água Boa para a recuperação dos reservatórios do Centro Sul do País, a grande caixa d´água do setor elétrico do Brasil.
Recuperação
O Ministério de Minas e Energia já anunciou a criação de um programa federal específico, destinado à recuperação ambiental das áreas de nossos reservatórios de hidrelétricas, com replantio, proteção de nascentes e outras medidas que ampliem a oferta de água nos reservatórios, tanto para geração de energia, quanto para o uso humano e os demais usos múltiplos da água.
O Programa Cultivando Água Boa será apresentado em detalhes, na Expo Milão, pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich. Ele vai falar sobre o programa no domingo, 11, segundo dia do seminário Território, Água, Energia e Alimento. Também no domingo, o superintendente de Energias Renováveis, Herlon Goelzer de Almeida, vai falar sobre o incentivo de Itaipu à produção de biometano na região Oeste do Paraná, a partir de dejetos de aves e suínos.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,2 bilhões de MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”.
A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.