Com tema da equidade de gênero e de empoderamento da mulher em voga no País, corporações podem mostrar o que estão fazendo para uma sociedade mais igualitária.
Empresas de todo o País ganharam mais 10 dias de prazo para disputar o Prêmio WEPs Brasil, concedido pela Itaipu Binacional, ONU Mulher, Pacto Global e Tempo de Mulher para valorizar as melhores práticas corporativas em benefício da mulher e da igualdade de gênero.
As inscrições, que terminariam no dia 31 de outubro, foram prorrogadas até 10 de novembro para permitir às interessadas tempo hábil para obter as certidões exigidas. A adesão é gratuita e deve ser feita pelo site http://premiowepsbrasil.org.
Em tempos de combate e reflexão sobre a violência contra a mulher, ações como o Prêmio WEPs Brasil ajudam a disseminar a cultura da equidade de gênero e do empoderamento feminino, assuntos ainda mais em voga após o último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O exame foi criticado por uma minoria por trazer à luz uma questão sobre feminismo, a partir da análise da filósofa francesa Simone de Beavouir, e por eleger “a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira” como tema da redação.
“A reação contrária à questão do gênero releva o quanto a sociedade brasileira precisa avançar”, afirmou a diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, idealizadora do Prêmio WEPs. “Muitas empresas têm contribuído para mudar este quadro, mas ainda temos muito a fazer”, completou. É neste ponto que o prêmio pode contribuir, ao oferecer ferramentas para que as corporações adotem e acompanhem a evolução da equidade de gênero.
“A premiação é um reconhecimento, mas disseminar os Princípios de Empoderamento das Mulheres [Women’s Empowerment Principles, WEPs, em inglês] e contribuir para que eles sejam adotados é nossa causa”, disse a diretora.
Mudança cultural
Para Moema Viezzer – escritora, socióloga e fundadora da ONG Rede Mulher de Educação – iniciativas como essa de Itaipu e parceiros contribuem para a reversão do cenário de desigualdade entre homens e mulheres no Brasil.
“Estamos lidando com a questão da cultura e trocar uma tecnologia por outra lé uma mudança que leva tempo”, analisou Moema. “O fato da Itaipu ter encampado a divulgação das WEPs e estar premiando empresas que já procuram ser coerentes com esses princípios é significativo para este processo”, completou a escritora, vencedora do Prêmio Rose Marie Muraro: Mulheres Feministas Históricas.
Entre 2000 e 2010, a renda feminina aumentou – 12% diante de 7,9% para os homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a projeção foi incipiente para corrigir a curva da desigualdade: em geral, elas recebem 67,7% do rendimento masculino, em média.
Os dados IBGE também atestam como no Brasil a disparidade se agrava no caso de trabalhadoras mais velhas. Em 2010, mulheres com 60 anos ou mais recebiam apenas 64% dos homens na mesma faixa etária.
Equidade em 2015
Pioneira entre as empresas do setor elétrico na criação de um comitê de gênero, em 2003, Itaipu se mantém na vanguarda em ações pró-equidade na atualidade.
Em 30 de junho, a binacional foi a primeira do País e também no Paraguai a aderir ao movimento ElesPorElas (HeforShe) da ONU Mulher, e é uma das integrantes do Comitê Nacional Impulsor Brasil para a causa.
Passados quatro meses, a adesão ao movimento ganhou mais de sete mil integrantes no Brasil, saltando de 10 mil para 17.613. O resultado coloca o País à frente de outras nações como Canadá (16.705), México (15.435) e França (13.358). No mundo, os adeptos somam quase meio milhão.
No último mês, a Itaipu recebeu pela quinta vez consecutiva o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República. O selo é conferido às empresas que colocam a justiça social e a igualdade de gêneros como eixo de sua gestão.
Todas ações de Itaipu têm amparo nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS). O documento, lançado na Rio+20 , foi revisado em setembro, por Chefes de Estado e Altos Representantes reunidos na Organização das Nações Unidas.
Os signatários, inclusive o Brasil, se comprometem com ações diversas, das quais promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas estão elencados entre as prioridades até 2030.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,2 bilhões de MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.