No próximo mês de dezembro, será realizado em Paris, a 21ª Conferência do Clima (COP 21), onde um dos principais objetivos é costurar um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, visando diminuir o aquecimento global e em conseqüência limitar o aumento da temperatura global em 2ºC até 2100.
Na última sexta-feira (13), flagrei o advogado Luiz Alberto Da Soler, acompanhando atentamente através do Canal do Ministério de Relações Exteriores, a Reunião Aberta a participação da sociedade civil preparatórias com a participação efetiva do diplomata Rafael Da Soler, seu filho.
“Nestes dias que antecedem esta Conferência, a corrida diplomática tem sido exaustiva visando manter os incentivos políticos com relação aos principais pontos que possa diminuir a poluição”, me dizia Soler, ressaltando a importância da mesma para o futuro do Planeta.
Luiz Alberto, acompanhando a reunião aberta à participação da sociedade civil preparatória à COP-21 pelo canal do MRE (youtube)
Um dos temas abordado nesta reunião preparatório é sobre como garantir o financiamento adequado para os países com mais necessidades. Rafael explicou em que pé estão às negociações com relação a esta questão crucial e qual é a posição do Brasil.
Segundo ele, desde a última reunião da Alemanha, o Brasil já tem um ponto de partida com relação aos financiamentos que poderá contemplar as preocupações centrais. “Vai ter que ser um texto que contemple tanto os países em desenvolvimento como também os países desenvolvidos. E nisso o Brasil tem tentado trabalhar como ponte o fortalecimento do que já foi acordado”, explica Rafael.
A França, país sede desta Conferência, por exemplo, em declaração conjunta com a China, já estabeleceu 21 pontos necessários para o acordo em Paris; O Brasil e a União Européia se reuniram para lembrar a necessidade de ter ciclos de revisão do acordo de cinco em cinco anos; o presidente Barak Obama, pressionado pelo movimento climático, já suspendeu o polêmico projeto do oleoduto Keystone-XL, nos EUA.
Conforme se aproxima a data desta Conferência, aumenta a chance de aparecerem conflitos de interesses, motivo pelo qual reuniões preparatórias como essa são de fundamental importância.
A participação do Brasil nesta Conferência se tornou ainda mais interessante a partir da conclusão do maior estudo já feito no país sobre impactos das mudanças climáticas, divulgado no final de outubro.
Segundo esse relatório, nos próximos 25 anos, os brasileiros deverão enfrentar calor extremo, falta d água, falta de energia, queda da produção agropecuária, doenças e prejuízos por ressacas do mar.
Para o pesquisador Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (ipam), “não dá para esperar até 2030”, referindo-se à meta de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia em 15 anos. Para ele é preciso “reduzir, mais rapidamente do que o anunciado pelo governo, o desmatamento da Amazônia”.
Veja a projeção do aumento da temperatura até 2100