Reuniões ao longo da semana planejam o próximo triênio para as ações nas quatro cadeias produtivas da região do Oeste Paranaense
Há cerca de um mês, o produtor de aves Leandro Mazurana, de Serranópolis do Iguaçu, perdeu 15 mil frangos de uma só vez. O motivo? Falta de energia. A instabilidade da energia elétrica nas propriedades da região é um das questões debatidas pelo Programa Oeste em Desenvolvimento em uma série de reuniões ao longo desta semana. Os encontros que planejam o triênio 2016-2018 aconteceram no Sesi/Senai, em Cascavel, e trataram das quatro cadeias produtivas da região: frango, leite, suíno e pescado.
“Bastam cinco minutos sem energia para que as aves comecem a morrer. Quando falta energia, precisamos acionar o gerador, mas nem sempre dá tempo”, explicou Mazurana, que tem 25 anos de experiência na criação de aves. Na propriedade dele há 13 aviários com 250 mil aves. “A produção de aves é uma atividade de risco, mas este risco poderia ser minimizado com melhoria na rede elétrica”, concluiu.
Por isso, uma das ações do Oeste em Desenvolvimento para 2016 é articular com a Copel o aumento da potência da energia elétrica que chega à rede rural nos 54 municípios da região Oeste, para evitar as quedas de luz. Outra ação é investir na infraestrutura e logística local, incentivando que as parcerias público-privadas se foquem na conservação e adequação das estradas vicinais e acesso as propriedades.
“Os agricultores são pessoas humildes, mas conhecem muito bem suas atividades. Muitas vezes eles sabem quais são as soluções para os problemas, porém antes não tinham onde expor suas propostas”, afirmou Mazurana sobre o Programa. “Hoje nós temos”.
Produção de peixe
Segundo o supervisor de piscicultura da Copacol, Maurício Kosinski, coordenador da Câmara Técnica do Peixe, algumas das soluções propostas não dependem exclusivamente dos integrantes do Programa, mas a ideia é unir as forças para colocá-las em prática. “Esse trabalho do Oeste em Desenvolvimento é fundamental, sobretudo na cadeia do peixe que é considerada a caçula”.
Uma das grandes preocupações na cadeia do peixe é com a água. Em 2016, será feito um trabalho de conscientização com os produtores sobre a importância do manejo adequado, utilização de ração de boa qualidade (com baixo teor de fósforo) e a decantação correta. Outra ação é pesquisar novos produtos à base de peixe tanto para o consumo interno como para exportação. A atividade abate cerca de 150 mil quilos de peixes dia.
Triênio 2016-2018
A reunião de planejamento do Oeste em Desenvolvimento para o triênio 2016-2018 definiu as seis frentes das cadeias produtivas nos próximos três anos: pesquisa e desenvolvimento; energia; meio ambiente; sanidade; infraestrutura e logística; e assistência técnica. Juntas, as quatro cadeias produtivas geram uma receita de mais de R$ 8,5 bilhões por ano. O objetivo é aumentar ainda mais esta receita
“Após definirmos nosso plano tático para os próximos anos, levaremos para apreciação da Coordenação do Programa, representada por mais 30 instituições e já daremos início nos trabalhos nas primeiras semanas de 2016”, explicou o secretário do Programa Jaime Nascimento, representante da Itaipu no Oeste em Desenvolvimento.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,3 bilhões de MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.