O estrago político causado pelo massacre dos professores ocorrido no dia 29 de abril de 2015, continua fazendo eco não só pelos corredores do Palácio Iguaçu, como também, na mente e no coração de milhares de cidadãos de bem que vê na Educação o passaporte para um futuro melhor.
A memória latente de bombas explodindo e o Governador ordenando o seu Secretário de Segurança Fernando Franceschini que desse ordens para a polícia bater e massacrar os professores, uma das classes mais respeitadas no mundo despertou novas lideranças e com elas o desejo de uma participação mais ativa na vida política municipal, estadual e federal.
Em Curitiba, a marcha reuniu mais de 30 mil pessoas, entre professores, estudantes, servidores estaduais e trabalhadores das mais diversas categorias. Um ato que visa relembrar a data e assim demonstrar a insatisfação da classe contra o governador Beto Richa e a sua política neoliberal que privilegia o TER, massacra e desrespeita o SER. (Foto de Joka Madruga - blogue do Esmael)
Em São Miguel do Iguaçu, para marcar a data, cerca de 50 professores da rede estadual mais afinado com a APP-Sindicato, se reuniram na esquina da Rua Farroupilha (próximo ao Banco do Brasil) onde participei com a exposição de três obras de artes, sendo que uma delas feita especialmente para marcar a data e as outras duas para demonstrar a importância da EDUCAÇÃO em nossas vidas.
Na coordenação dos trabalhos, o professor Ari Jarczeswki representante da APP Sindicato em São Miguel do Iguaçu, que lembrou a importância de manter viva essa data. “Muitos que gostariam de estar aqui hoje, viajaram para Curitiba para participar da grande marcha que está sendo realizada na capital, nesse momento. Apesar de estarmos aqui para relembrar um ato negativo e abominado pelas pessoas de bem que foi o massacre efetuado pelo Governador do Estado contra a nossa classe, temos que admitir que algo de bom renasceu entre nós. Vejo a classe muito mais unida desejando participar ativamente da vida social da comunidade como um todo e muitos professores se filiando em partidos políticos, inclusive”, lembrou Ari.
A professora Inês, Diretora do CEBEJA de Medianeira, também parabenizou a classe e pediu a todos que fizessem um minuto de silêncio em memória da professora Maria Luiza Carvalho, sepultada ontem em Medianeira.
“Perdemos um ser humano de extrema grandeza. A sua casa era a casa de todos. Desde o Pós doutor, o mais letrado, até o mais humilde trabalhador ela recebia com o maior carinho e sempre tinha um prato de feijão no seu humilde sítio. Humilde e cheio de riquezas”, lembrou, ressaltando ainda que Maria Luiza possa ter sido vítima do mosquito da Dengue e que não foi dada a prioridade necessária que casos como esse requer.
A professora Rosnete Hubler, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Miguel do Iguaçu, se solidarizando com a classe. “Quero parabenizá-los por esse ato. Sou professora municipal, e posso afirmar que a realidade da educação municipal, não é diferente da estadual. Enfrentamos também as mesmas dificuldades”, denunciando inclusive que os professores responsáveis dos CMEIS não recebem hora atividade, não podendo assim dar a devida complementação educacional que deveria ser feita.
A convite do professor Ari, também deixei a minha mensagem em termos de reflexão sobre a importância de não esquecermos essa data. Com referência ao que aconteceu no dia 29 de abril de 2015, deixei claro que a culpa daquele massacre tem origens profundas.
Vários oradores, entre eles o professor Emerson, Diretor do CEBEJA de São Miuel do Iguaçu e a professora Dalmira da reserva Indígena Avá Guarani, se manifestaram ressaltando a importância de relembrar esse fato que marcou e manchou a biografia de grande parte dos políticos com assento na Assembleia Legislativa
O ato encerrou-se com o Hino Nacional. Não deixe de ver matéria especifica sobre essa exposição na próxima semana. (J M T S)
Veja algumas fotos que marcaram essa data em São Miguel do Iguaçu, neste 29 de abril.