O que fazer? Como proceder diante de uma situação como essa onde está em jogo a soberania de uma Nação, o Estado Democrático de Direito?
Foto: Reprodução - internet - Desde o primeiro momento em que o deputado Eduardo Cunha (atualmente afastado da presidência do Congresso pelo Supremo Tribunal Federal), resolveu por vingança abrir esse processo de Impeachment não contra a Presidenta Dilma Roussef, mas sim, contra o PT que votou pela abertura do processo de sua cassação no Conselho de Ética, sempre me posicionei contra, por entender que não houve crime de responsabilidade e se tratava de um golpe político.
E hoje depois de uma votação esmagadora na Câmara e no Senado?
Depois de assistir nessa madrugada a defesa feita pelo procurador da República José Eduardo Cardoso, estou convicto que vimos nascer uma nova liderança, uma nova personagem na república, um homem de valor. Na defesa que fez da presidenta Dilma, ele foi conciso, respeitoso, digno – falou com firmeza e clareza – sem se deixar levar pela emoção – mesmo assim, transbordou em dignidade, deixou fluir o que sentia na alma e no coração. Parabéns!
E agora?
Agora, no meu ponto de vista, vamos ter que estar focados em duas direções com o mesmo respeito e com a mesma isenção acreditando sempre que a bem aventurança não pode ser obtida de fora, ela vem de dentro. Precisamos falar menos e fazer mais...
Dar o exemplo acima de tudo. Bem ou mal, os senadores que aí estão, foram escolhidos por essa sociedade que aí está. E esse afastamento por maioria simples, é apenas o início de um julgamento que daqui para frente terá a presença do Presidente do Supremo Tribunal Federal e ela terá amplo direito de defesa na discussão do mérito. O processo passa a ser muito mais técnico do que político.
Esse erro que está se cometendo de não haver cerimônia de transição, é nocivo. Mesmo não sendo simpático ao vice-presidente Temer, não podemos descer ao nível de um Eduardo Cunha e deixar-se levar pelo ódio e pela vingança. Não podemos esquecer que o homem é um ser social e por isso, a consciência e transformação do meio deve acontecer em sociedade.
Essa é a hora que todas as pessoas que exercem poder de liderança devem demonstrar ponderação, serenidade e equilíbrio e buscar dentro de si nas profundezas do silêncio da própria alma a luz da esperança e da boa vontade e colocá-la a serviço da coletividade e não para interesses pessoais. Não podemos esquecer que na convenção do PMDB em 2014, 42% dos peemedebistas já defendiam o rompimento com o governo...
Não podemos esquecer também que o PT esteve no poder ao longo de 13 anos com a ajuda indispensável do próprio PMDB... Não podemos esquecer que em política as coisas mudam da noite para o dia... O próprio PT deve entender que sem no mínimo 174 votos no Congresso fica impossível governar num regime presidencialista...
O próprio PT deve entender que tudo isso que está acontecendo hoje, pode ser modificado nos próximos dias pelo STE, onde existe na pauta nas mãos do Ministro Gilmar Mendes o pedido de julgamento coletivo da Dilma e do Temer com respeito às eleições de 2014.
O que não podemos viver mais é com esse clima desrespeitoso e nocivo que se criou contra a própria presidenta Dilma dentro do Congresso Nacional e com o auxílio da mídia se espalhou pelas redes sociais. E o que era para ser apenas uma crise política passageira, passou a ser em uma crise política/econômica misturada com um clima de ódio e vingança que está levando o país ao caos e a beira de uma convulsão nacional.
Enfim, estou torcendo para que no próximo mês de outubro o Supremo Tribunal Federal autorize eleições diretas também para Presidência da Republica, após a cassação da chapa Temer e Dilma pelo STE...