Inquérido será enviado ao Ministério Público Federal, em Porto Alegre
Fonte: H2Foz - Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (27) o prefeito afastado Reni Pereira (PSB) pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e peculato. O inquérito será remetido ao Ministério Público Federal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre. Na conclusão da investigação, a PF reforça que o prefeito comandou uma “complexa organização criminosa” instalada na Prefeitura de Foz do Iguaçu.
Reni Pereira está preso em regime domiciliar desde o dia 14 de julho, quando foi afastado da função pública. Desde então, seu cargo foi ocupado pela vice-prefeita Ivone Barofaldi (PSDB). As investigações conduzidas pela PF e o Ministério Público Federal durante a Operação Pecúlio apuram desvio milionário de recursos públicos. Pereira é acusado de ser o chefe de uma quadrilha que envolve 85 réus, todos denunciados à Justiça Federal.
Para a Polícia Federal, o grupo agia de forma articulada e com divisão de tarefas, com o intuito de obter vantagens ilícitas por meio de contratos e pagamentos referentes a serviços prestados e a produtos adquiridos pela Prefeitura Municipal junto às empresas que integravam o esquema ilegal. O inquérito da polícia aponta que servidores eram nomeados em cargos importantes da administração para operar a favor do grupo. Entre as provas policiais, estão diversos diálogos onde Reni Pereira e seus interlocutores tratam sobre as irregularidades reveladas pela PF.
Para o delegado federal Fabio Tamura, as investigações revelaram a existência de uma rede de corrupção sob a chefia de Reni Pereira. “As pessoas investigadas agiam de forma associada, compondo uma complexa organização criminosa, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens de natureza econômica e pessoal”, diz a PF no inquérito.
O advogado Hussein Mohamad Cheiato informou que irá reunir-se com a defesa de Reni Pereira para definir a estratégia a ser adotada. Depois que o inquérito for encaminhado ao Ministério Público Federal do TRF4, caberá aos procuradores decidirem se apresentam denúncia à justiça ou pedem o arquivamento do processo. O MPF ainda poderá solicitar a complementação das informações às forças policiais responsáveis pela investigação.
Prisão em casa
Preso em sua residência, Reni Pereira está autorizado a receber visitas apenas de familiares e não pode utilizar telefones celulares ou internet, exceto durante contatos com a defesa e com alguns membros da família. O TRF4 indeferiu pedido dos procuradores para a transferência do prefeito a uma unidade prisional. O MPF renovou o pedido para que Reni Pereira passe a usar tornozeleira eletrônica.
A Operação Pecúlio tornou rés 85 pessoas, investigadas pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato e fraude à licitação. Além do chefe do executivo, outras 12 pessoas permanecem presas, algumas desde o início da Operação Pecúlio, entre empresários, ex-diretores e ex-secretários da Prefeitura de Foz do Iguaçu. Quatro donos de construtoras fizeram acordos de delação premiada e revelaram detalhes sobre as irregularidades.