- Não há como negar que o visual externo está bem mais bonito do que estava em janeiro de 2013, quando o Rumo Novo tomou posse. Na sequencia, seja por falta de conhecimento, maldade ou falta de princípios alguém andou metendo os pés pelas mãos e confundindo o público com o privado...
Aliás, falando em beleza externa, qualquer construção seja de alvenaria ou até mesmo de tábua bruta ou de pau a pique, fica muito mais bonita depois de receber uma lavada com jatos d água e uma boa pintura... Temos como exemplo recente pintura feita na Biblioteca Pública. Como ficou bonito o visual, dando uma nova energia de vitalidade e esperança ao local.
Quanto se gastou com esse novo visual da Biblioteca Pública Municipal?
Segundo a Diretora de Cultura, o custo foi baixíssimo. O trabalho envolveu consciência e decência, solidariedade e espírito público. Foi uma parceria entre o Departamento de Cultura, o Delegado Francisco Sampaio com o apoio da comunidade. A mão de obra foi solidária e educacional.
E se esse trabalho fosse realizado através de um processo licitatório envolvendo os “Marcelos Odebrechs da Vida” que hoje estão espalhados pelo Brasil todo de quanto seria esse custo?
Por que digo isto?
Explico: Uma breve retrospectiva sobre os problemas estruturais apresentados no prédio da Prefeitura Municipal nos remete para o primeiro semestre de 2012, quando um grupo de funcionários liderados pala CIPA alertaram o Executivo Municipal de que as rachaduras apresentadas em diversos pontos da monumental estrutura ameaçavam desabar.
Essa preocupação com a integridade física das pessoas gerou uma série de reuniões que terminaram desaguando no Ministério Público, que exigiu do Governo Municipal na época, providências rápidas, caso contrário o prédio poderia até ser interditado.
Em junho de 2012, o Governo Municipal solicitou um estudo detalhado desta questão, onde especialistas não só elaboraram um projeto de correção como também sugeriram de que fossem feitas escoras pontuais até que a reforma fosse elaborada. E na época, venceu a licitação para colocar as escoras, a empresa Haus Transporte Ltda, cobrando inicialmente R$ 6.000,00, pelo aluguel das estruturas por um período de 60(sessenta) dias...
Esse contrato com a Haus, em 2012, foram aditivadas três vezes, sendo que um aditivo foi para 90 (noventa) dias no valor de R$ 8.850,00. No total a ex-administração pagou para a Haus Transporte Ltda com o aluguel das escoras de ferro o total de R$ 20.850,00
Essa mesma empresa continuou prestando o serviço de escora com a prefeitura em 2013, 2014, 2015 até janeiro de 2016. Ou seja, a prefeitura Municipal de São Miguel do Iguaçu, teve um gasto total com escoras do prédio de R$ 127.010,00... Isso mesmo! (Cento e vinte sete mil e dez reais), com a manutenção das escoras...
Vejam que em 2012, assim que foram detectados os problemas, por solicitação do Administrador da época, foram feitos vários estudos e elaborado um Projeto para corrigir o problema e dar uma geral no prédio...
De quanto eram os valores apresentados na época para corrigir e resolver esses problemas?
Se tivessem construídos essas duas pilastras e retirado o peso em excesso que havia nas platibandas e hoje, três anos depois convidasse o Delegado Francisco Sampaio com os seus abnegados do sistema carcerário para tocar a obra de pintura e lavagem do prédio, de quanto seria essa economia?
Vejam vocês que o atual prefeito ainda em campanha prometia que uma das suas primeiras providências assim que sentaria na cadeira do Executivo seria a reforma do prédio da Prefeitura. “Isso é uma vergonha. Aquilo lá está escorado e quase caindo. E não reformam por que não querem por que dinheiro tem”, dizia ele.
Em janeiro de 2013, já então sentado na cadeira como prefeito, em entrevista concedida a RPC, ele reconfirmava as suas afirmações e dizia que essa era uma das prioridades. “Isso aqui está caindo. Uma das minhas primeiras providências será a reforma dessas instalações”, dizia ele.
E por que não fez logo em seguida?
Ele já tinha em mãos o Projeto de Reforma com os valores estabelecidos...
Ele preferiu continuar gastando com escoras por mais três anos, gastando cerca de R$ 100.000,00. E três anos mais tarde, depois de ter ignorado o Projeto e o Orçamento que tinha ficado para ser executado, ele resolve reformar o prédio, gastando quase um R$ 1.500.000.00...
E o que foi feito?
Quem acompanhou o trabalho desenvolvido nos últimos meses, vai notar que foram retirados parte do concreto que tinha na laje externa da prefeitura, diminuindo assim o peso da mesma – construída duas pilastras para ajudar na sustentação – (essas são consideradas o ponto “G” de toda a reforma, tendo em vista que são fundamentais para contrapor o peso da estrutura – troca de parte do piso externo que circunda o prédio – trocada a cobertura por zinco, inclusive nas duas platibandas e no mais, foi serviço de limpeza e pintura.
O valor foi muito alto?
Não somos especialistas neste assunto e não estamos aqui discutindo o valor da reforma em si. Estamos aqui discutindo o porquê da não execução do Projeto Inicial que poderia ter solucionado o problema na época e o custo era infinitamente mais baixo.
Ele não executou na época o que já estava projetado – e nem cumpriu com a sua palavra dita em campanha e ainda continuou gastando mais R$ 100.000,00 só com escoras. Ou seja, por negligência, só nesta obra, ele deu um prejuízo aos cofres públicos que podem chegar a R$ 1.000.000,00.
Sem contar que a obra foi executada no final do seu mandato e a conta vai ficar para ser paga pelo próximo prefeito que assumir...
O que era prioridade para ele na campanha, passou a ser a menina dos olhos de ouro de final de mandato, com o intuito de usá-la em pleno ano eleitoral para ajudá-lo na sua impossível reeleição.
Isso foi premeditado?
Não podemos afirmar com absoluta certeza. Mas o fato é que todos nós estamos pagando uma conta amarga pelo seu desleixo, não só nessa obra, mas numa série de outras malfadadas licitações e contratações que contabilizadas juntas alimentara a sede vorás não só dele, mas de vários outros companheiros de campanha...
Tudo isso que estamos colocando aqui, estamos repassando ao Ministério Público, para que se proceda a uma rigorosa investigação e faça com que esses recursos desperdiçados por negligência e prevaricação sejam devolvidos à população de São Miguel do Iguaçu.