A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) defende que o Congresso Nacional altere a legislação vigente, para que os cidadãos dos Estados Unidos possam entrar em Foz do Iguaçu por períodos específicos, vindos da Argentina, onde não é mais obrigatório o visto para os norte-americanos. Com o fim da exigência, o fluxo turístico aumentou muito no país vizinho, mas o Brasil não é beneficiado, segundo a Embratur.
O assunto foi tema de reuniões da Embratur e do Ministério das Relações Exteriores durante a Feira de Turismo Internacional (FIT) em Buenos Aires, nesta semana. A intenção é acertar estratégias no sentido de aumentar o fluxo turístico entre os países vizinhos e o Brasil, o que inclui também facilitar o ingresso no Brasil dos turistas estrangeiros que a Argentina recebe.
Na reunião, o superintendente de Comunicação Social de Itaipu e secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Foz do Iguaçu (Codefoz), Gilmar Piolla, afirmou que “o norte-americano que vem conhecer as Cataratas do Iguaçu do lado argentino não pode passar para o lado brasileiro por conta da necessidade do visto. Essa pequena mudança poderia trazer um grande ganho para a economia de Foz do Iguaçu”. O encontro foi acompanhado pelo presidente do Comtur, Felipe Gonzalez.
A Argentina passou a não exigir o visto de entrada para os cidadãos americanos no final de 2015. Nos três primeiros meses de 2016, o movimento turístico naquele País teve um incremento de 25%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em relação ao aumento na vinda de visitantes dos países vizinhos, os empresários de turismo relataram que um dos principais problemas para atrair mais turistas é a demora para atendimento na alfândega brasileira para argentinos, uruguaios e paraguaios que procuram o litoral brasileiro e chegam ao País por meio terrestre.
“Tivemos relatos de viajantes que demoram oito horas para cruzar a fronteira. Temos que melhorar isso”, afirmou o embaixador Sergio Danese, que assumiu recentemente a Embaixada do Brasil na Argentina. Uma das soluções para o problema, no entendimento dos empresários, seria firmar convênios de cessão de efetivos, entre as polícias dos estados onde existem fronteiras e a Polícia Federal, para que sejam abertos novos postos de controle.
“Nosso esforço será no sentido de trazer ainda mais turistas do que os dois milhões que vieram na temporada passada. Mas não adianta o estrangeiro vir e não conseguir desfrutar nossos maravilhosos destinos. É preciso melhorar a infraestrutura”, comentou o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz.