Programa de Mobilidade Elétrica Sustentável (Mob-i) da binacional foi apresentado no seminário em Curitiba.
A Itaipu Binacional, o Centro de Engenharia e Inovação das Indústrias da Mobilidade (CEiiA), de Portugal, e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI) apresentaram nesta terça-feira (8), durante o XXII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi), um estudo sobre os desafios da mobilidade elétrica para o setor. O seminário segue até esta quinta-feira (10) no Expotrade, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
O case de Itapu foi apresentado pelo diretor de Sustentabilidade do CEiiA, Gualter Crisóstomo, um dos painelistas da mesa A evolução tecnológica como fator gerador de oportunidades de negócios para as distribuidoras. O centro é parceiro da Itaipu e da FPTI no Programa de Mobilidade Elétrica Inteligente (Mobi-i). Para contextualizar o debate, Crisóstomo falou da experiência portuguesa com mobilidade elétrica, uma realidade avançada no país europeu.
Em Portugal, o CEiiA conta com uma ampla rede de veículos elétricos e desenvolveu a plataforma Mobi.me, aplicativo que fornece em tempo real indicadores como o dinheiro poupado em abastecimento, o CO2 que deixou de ser emitido na atmosfera e o número de quilômetros rodados. O mesmo sistema é adotado na usina de Itaipu e em projetos pilotos em Brasília e Curitiba.
Na semana passada, em Brasília (DF), entre os quatro acordos assinados pelos governos do Brasil e de Portugal, um deles é sobre a promoção de sistemas sustentáveis de energia, incluindo formas inovadoras de mobilidade urbana com baixa emissão de carbono. Os acordos foram assinados pelo presidente Michel Temer e pelo primeiro-ministro português Antônio Costa.
Para a diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, a exposição serviu para mostrar que a mobilidade elétrica já é uma realidade e que a participação das distribuidoras de energia é muito importante nesse processo.
Em Portugal
A política portuguesa de incentivo à mobilidade elétrica começou em 2008. Hoje o país conta com 1,6 mil eletropostos de abastecimento, o que torna possível cruzá-lo, tanto de norte a sul, quanto de leste a oeste, dirigindo um carro elétrico. Os eletropostos pertencem ao Estado português e devem ser repassados às prefeituras das cidades em 2017. O próximo ano deve marcar também a universalização das estruturas em todos os municípios daquele país.
Para se chegar a esse ponto, Crisóstomo destacou o papel predominante da regulação, sem a qual seria impossível a implantação do sistema. São vários os projetos já aplicados e em desenvolvimento no setor. Já é possível, por exemplo, usar o cartão de mobilidade português para locar veículos elétricos em outras cidades da Europa, como Amsterdã. A conta vai parar na casa do usuário.
Outros painelistas
Além de Crisóstomo, foram painelistas o vice-presidente executivo da Silver Spring Network, dos Estados Unidos, Eric Dresselhuys, e o vice-presidente executivo da Smart Grid Landys Gyr, do Japão, Steve Jenks. O painel foi moderado pelo vice-presidente de Assuntos Regulatórios da AES Brasil, Sidney Simonaggio.
Participações do ministro do MME e de Itaipu
O primeiro painel do dia, Gestão Regulatória – Mecanismos para estimular investimentos no setor de Distribuição de Energia, contou com a participação do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que esteve acompanhado pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,37 bilhões de MWh. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75 % do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.