“Vá até o teu defensor e dê um forte abraço nele, por que ele tirou leite de pedra, em teu favor, neste julgamento pelo Tribunal do Júri”.
Não estive presente neste Júri, mas após ouvir o relato de que isso tinha acontecido fui verificar com o Dr. Adalgir Carlos Comunello sobre a veracidade do fato. “Sim. É verdade. E confesso que com todos esses anos advogando, me senti como um atleta que corre uma maratona de 40 quilômetros e ainda chega inteiro para subir no pódio e receber a sua merecida medalha de ouro”, me dizia ele hoje pela manhã.
E me disse com a alegria, com leveza como se ainda estivesse saboreando aquele elogio feito pelo Dr. Hugo Michelini Júnior, Presidente do Tribunal do Júri, logo após ter conseguido sensibilizar os Jurados reduzindo a pena da sua cliente (acusada de tentativa de homicídio) para apenas um ano de reclusão. “Como é ré primária, vai cumprir a pena em liberdade, tendo apenas de comparecer junto a Justiça nas datas estipuladas”.
Esse fato aconteceu no último dia 22 de março em nossa Comarca, durante o Tribunal do Júri onde Carla Correia Camargo era ré, incursa no art. 121, por uma tentativa de homicídio ocorrida no dia 28 de fevereiro de 2012, na Linha Indianópolis, Fazenda Santo Antônio, neste município.
Disse o Meritíssimo Juiz a Ré Carla Correia Camargo: “Vá até o teu defensor e dê um forte abraço nele, por que o teu advogado tirou leite de pedra, em teu favor, neste julgamento pelo Tribunal do Juri”, elogiou emocionado.
Um fato digno de registro. “Medalha de Ouro para o nosso decano da Magistratura em São Miguel do Iguaçu”. Já acompanhei diversas defesas sua no Tribunal do Júri e sei da sua dedicação às causas que abraça para defender. Autor do livro “Eu Defendo”, ele transforma o Tribunal do Júri numa espécie de Tablado onde usa a Legalidade e a Liberdade como mantra da sua vocação como advogado.
Além de um grande criminalista, suas posições perante as causas que envolvem o coletivo social são pontuadas de reflexão e firmeza. Sobre Justiça, ele nos lembra as pregações do nosso saudoso Águia de Haia, quando dizia: “não antepor os poderosos aos desvalidos, nem recusar patrocínio a estes contra aqueles. Não servir sem independência à justiça, nem quebrar da verdade ante o poder. Não colaborar em perseguições ou atentados, nem pleitear pela iniquidade ou imoralidade. Não se subtrair à defesa das causas impopulares, nem à das perigosas, quando justas. Não fazer da banca balcão, ou da ciência mercadoria. Servir aos opulentos com altivez e aos indigentes com caridade”.