Depois de tamanha desfaçatez, fiquei na dúvida qual dos dois pensamentos abaixo ficariam melhor para a abertura desta matéria. Na dúvida, coloco os dois: “A política é quase tão excitante como a guerra, e não menos perigosa. Na guerra a gente só pode ser morto uma vez, mas na política diversas vezes.” (Churchill)
“Haveremos de resguardar a canalhice necessária para aderir no tempo oportuno.” (Pedro Nava)
O Legislativo Municipal de São Miguel do Iguaçu viveu ontem um dia histórico. Por seis votos a dois, os vassalos do prefeito de fato e não de direito, Valdecir Lago, aprovaram um pedido de abertura de um Processo Disciplinar contra o vereador Volmes Roberto Tschinkel (PPS).
O termo “vassalos”, usado nesse texto, é bom que fique bem claro, não tem nado de pejorativo. Na idade média, os que prestavam serviços extras ao soberano, que faziam vassalagem eram geralmente recompensados com um feudo que poderia ser terras, cargos políticos, um curral eleitoral ou até mesmo outros benefícios como financiamentos de campanha.
Mesmo com a casa cheia – (de um lado, na sua ampla maioria representantes do povo indignados com tamanha desfaçatez e, do outro, funcionários concursados e CCs defendendo o pão nosso de cada dia não SE importando que ele venha recheado de fungos que possam levá-los a falência da MORALIDADE INTERNA E EXTERNA DO SEU CARÁTER), os “pobres vassalos” com um sorriso nos lábios disseram SIM, ao pedido do comandante CHEFE que não quer ser investigado...
Vejam que mesmo amparado pela Constituição, que no seu Art. 27, estabelece que: Os policiais federais têm livre porte de arma de fogo, em todo o território nacional, ainda que fora de serviço, devendo portá-la acompanhada do respectivo registro de arma de fogo e da Carteira de Identidade Funcional.
Os incisos um e dois deste mesmo artigo, são claros ao afirmar: “em serviço ou fora deste” – até mesmo em locais onde haja aglomeração de pessoas, em virtude de eventos de qualquer natureza, tais como interior de igrejas, escolas, clubes públicos ou privados, deverão fazê-lo de forma discreta, sempre que possível, visando evitar constrangimento a terceiros.
Fiz questão de identificar nesse texto, o Secretário de Administração, Valdecir Lago, como prefeito de fato e não de direito, por que ele tem prerrogativa para usurpar desta função.
No início da gestão anterior e renovado no mês de janeiro desta nova gestão ele foi contemplado por um Decreto assinado pelo prefeito de direito e não de fato, Claudiomiro da Costa Dutra, dando-lhe amplos poderes para fazer até mesmo bizarrices como essa...
Por que estão cassando o mandato do Tschinkel...
A alegação é que ele anda armado como Legislador, ou seja, estão querendo exigir dele que é policial federal, as mesmas observações que um legislador que não tem essa prerrogativa de poder portar arma. Sendo que, o que está incomodando os mesmos é a sua determinação de fazer o que manda a Lei no exercício do seu mandato: Legislar e Fiscalizar.
E o pior, é saber que os “pobres vassalos” sabem disso e não alegam ignorância a esse respeito. E falam desse assunto com certo “cinismo”. – “aqui quem manda é nós – somos maioria e estamos a serviço da Casa Grande – honra e dignidade não faz parte do nosso vocabulário”, devem pensar.
“Só existe um lugar no mundo que eu não posso andar armado – no interior das Embaixadas”, explicou o vereador Volmes Roberto Tschinkel, em sua defesa, pontuando ponto por ponto do pedido “vergonhoso e acintoso” assinado pelo prefeito de fato e não de direito.
“Qual o crime que cometeu o Vereador?”, se perguntou o vereador Professor Ari ao justificar o seu voto contrário a esse pedido, para em seguida, ele próprio responder: “Cumprir e honrar o seu compromisso institucional – legislar e fiscalizar os atos do Executivo”.
E continua: “Eu me pergunto: se o meu colega de bancada aqui estivesse vindo aqui somente para dizer sim a tudo que acontece e não fazer o que vem fazendo e o que determina a Lei como Legislador – ele estaria sendo Cassado?” Declarando em seguida o seu voto contrário a esse pedido de Abertura de Sindicância.
Entre os suplentes convocados para votar, o único que acompanhou o seu voto, foi o ex-vereador Raulique Farias,o popular Kéti (PMDB) e atual suplente da coligação.
O que mais incomodou a Casa Grande, ao ponto do seu Secretário Mor baixar a esse ponto de pedir a Cabeça do Vereador?
A sua dignidade que desde o seu primeiro dia de assento naquela Casa de Leis, deixou claro que estava ali para fazer o seu trabalho com ética, responsabilidade e isenção. “Em momento algum fiz oposição a quem quer que seja. Simplesmente procurei exercer o meu mandato aqui nessa Casa de Lei com a mesma conduta que tenho exercido em toda a minha vida, respeito às Leis, transparência e decência”, argumenta Volmes.
Lembrou Tschinkel, que nesse pedido, o Secretário cita que ele esta sendo alvo de uma sindicância interna por parte da sua Instituição – Polícia Federal, por suposta conduta inadequada durante o Período Eleitoral. “Sim isso é fato. Estou respondendo a uma sindicância interna por uma denúncia que esse Secretário fez juntamente com o seu Luciano Neris”, afirma, ressaltando que nessa sindicância não indicou nenhuma testemunha em sua defesa: “dos cinco servidores que eles citam na denúncia que eu os teria constrangidos – quatro já foram ouvidos e eles próprios me inocentaram”.
Pelo visto, eles devem ter lido e não entendido, ou até mesmo subvertido o que quis dizer Voltaire quando afirmou: “A política tem a sua fonte antes na perversidade do que na grandeza do espírito humano.”
Aliás, a esse respeito, o colunista e jornalista Sebastião Nery, em seu recente artigo intitulado de: "Platão a Lacerda" de que desde o momento em que o homem acendeu uma fogueira e com os outros homens começou a conversar dentro da caverna, política é a arte do bem comum. Está é a lição dos sábios – mas, infelizmente, tratando-se do Rumo Novo, o efeito é o contrário.
Lembra o colunista uma série de personagens que fizeram história, cujos ensinamentos nos servem de norte até hoje, cita também outro grande no físico e na luta, MaoTsé-Tung, já dizia: “- A política é a guerra sem derramamento de sangue, enquanto que a guerra é política com derramamento de sangue.”
E continua: Churchill contemporâneo e parceiro de De Gaulle no sangue, no suor e nas lágrimas afirmava: “- A política é quase tão excitante como a guerra, e não menos perigosa. Na guerra a gente só pode ser morto uma vez, mas na política diversas vezes.”
Em seu brilhante artigo, finaliza citando o professor Hélio Duque, que não perde a esperança:
“-A aliança de corruptores, empresários poderosos e corruptos, investidos de mandatos nos poderes executivo e legislativo, tem levado muitos brasileiros a julgar que a política é geradora da corrupção. Na verdade nada é mais falso quando se tenta nivelar a política como sinônimo de assalto ao dinheiro público. A canalhice política militante é dotada de uma cultura de vassalagem e abomina princípios e fundamentos éticos e morais. São fiéis seguidores da frase ouvida no interior de Minas Gerais, pelo médico e escritor Pedro Nava: – “Haveremos de resguardar a canalhice necessária para aderir no tempo oportuno.”
“Se analisarmos as licitações de pedras, por exemplo, vamos ver que eles socializam os prejuízos e contabilizam os lucros”, explicava Tschinkel na Tribuna ao citar o caso da Licitação das Pedras, em que no início do primeiro ano de Mandato o Rumo Novo fez uma licitação global onde pagava R$ 50.000,00 por ano, para retirar a quantia de pedras que fossem necessárias a uma distância de 50 metros da Pedreira...
O que aconteceu em seguida: Foi feita uma nova licitação para agradar o seu principal financiador de campanha que transformou pedras num Grande Filão de Ouro, como você poderá ver claramente atrás deste link:http://www.jornalofarol.com.br/ver-noticia.asp?codigo=40430
Dois pesos e duas medias...
Nesta sessão, foi apreciado também um pedido de cassação apresentado pelo vereador Volmes contra o Vereador Wando da Garagem, por falta de decoro parlamentar. Art 5, inciso V e VI. Do código e ética, por ofensa na Tribuna.
E mesmo com a prova do crime arquivada e documentada naquela Casa de Leis, o Vereador foi inocentado por 7x1... O único voto favorável foi do Vereador Professor Ari, até mesmo o vereador Raulique Farias, justificou o injustificável dizendo que: “isso se resolve com diálogo, por isso sou contrário”.
Uso da Tribuna Livre.
Quem fez usou da Tribuna Livre nessa sessão, e é bom que se diga, fez uma denúncia gravíssima foi a cidadã Neide Ranieri Cordeiro, abordando o tema: Cirurgia em fila de Espera..
Segundo ela, a sua reclamação não é só pessoal: “Estou aqui para falar em meu nome e em nome das demais pessoas que esperam por mais de anos na Fila de Espera em busca de uma Cirurgia”, disse ela, relatando em seguida, que a única fez que conseguiu ser atendida foi quando houve a intermediação do vereador Lafaiete.
Lafaiete, por sua vez, argumentou que tinha sido procurado por ela, e a orientou a falar com o Secretário de Saúde. “Sim, você me mandou falar com o Secretário de Saúde”.
Sobre esse assunto, voltamos numa outra oportunidade, mas esse é um assunto extremamente importante, tendo em vista, que um dos Projetos desse Vereador que hoje está sendo cassado, e que não foi aprovado, visava solucionar esse tipo de problema e acabar com os Fura Filas do SUS que fazem da área de saúde o seu Curral Eleitoral.