A afirmação foi feita durante entrega de um Renault Fluence e dois eletropostos cedidos pela Itaipu Binacional ao MME, em regime de comodato
Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional - O Ministro de Minas e Energia (MME), Fernando Coelho Filho, defendeu, na manhã desta segunda-feira (5), na sede do ministério, em Brasília, que o governo promova uma transição planejada para aumentar a presença de veículos elétricos na frota nacional. A afirmação aconteceu durante a entrega de um Renault Fluence elétrico e dois eletropostos cedidos pela Itaipu Binacional ao MME, em regime de comodato.
Segundo o ministro, a transição precisa ocorrer em comum acordo com a indústria automotiva e em sinergia com a produção nacional de etanol, que planeja ser duplicada até 2030. “Os veículos elétricos concorrem, a princípio, com os veículos movidos a combustão, mas é preciso olhar para além desse cenário, pois é um caminho inevitável. É preciso organizar essa transição, de forma semelhante ao que vem ocorrendo com a geração distribuída”, afirmou.
O veículo entregue pela Itaipu será utilizado nos compromissos oficiais do ministro. O acordo de comodato é parte do Programa Veículo Elétrico, que a Itaipu implantou há 10 anos e conta com diversos parceiros, entre fabricantes de veículos e componentes, e empresas do setor elétrico. O principal objetivo da Itaipu com o programa é pesquisar e desenvolver tecnologias ligadas não só aos veículos, mas também a baterias e sistemas de armazenagem, impacto na rede elétrica e smart grid.
“A atuação da Itaipu no desenvolvimento de veículos elétricos é decorrência da própria missão da empresa que é, além de gerar energia de qualidade para o Brasil e para o Paraguai, atuar com responsabilidade socioambiental e fomentar novas tecnologias sustentáveis”, explicou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Luiz Fernando Vianna.
De acordo com Vianna, o comodato com o MME só foi possível pelas ações que o próprio ministério já tomou em relação à energia limpa. Como exemplos, ele cita a geração de energia elétrica por painéis solares instalados no telhado do edifício do MME, o Programa de Eficiência Energética e a racionalização do uso da energia elétrica nas instalações do ministério.
Incentivos
Coelho Filho também defendeu que, nesse processo de transição, o governo reveja a questão de custos para o consumidor, equiparando o IPI sobre veículos elétricos com o dos automóveis flex. “Também temos que destravar a questão da mineração de lítio e das terras raras para fomentar a produção nacional de baterias, que é fundamental para avançar na produção de carros elétricos”, completou.
O carro cedido ao ministro é o primeiro que passa a ser utilizado pelo Poder Executivo. A utilização desses veículos, antes, estava restrita a empresas do grupo Eletrobras e a parceiros do Programa VE. “Com esse carro, o MME passa uma mensagem clara para o setor elétrico de que está em sintonia com a questão da mobilidade elétrica e dos meios de transporte sustentáveis”, afirmou o coordenador brasileiro do Programa pela Itaipu, Celso Novais.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, que há quase dois meses também recebeu da Itaipu um Fluence elétrico em regime de comodato, também defendeu uma maior presença de veículos movidos a eletricidade no Brasil. “Não tenho dúvidas de que esse é o futuro”, disse. “O Brasil tem que cumprir seus compromissos de redução de emissões, os consumidores estão mais conscientes e demandam tecnologias limpas, os veículos elétricos são mais eficientes e ainda apresentam um custo por quilômetro rodado 75% menor. Então, são várias as vantagens”, concluiu.
Além de não poluir e praticamente não emitir ruídos, os veículos elétricos poupariam cerca de 100 bilhões de reais anuais ao País, caso toda a frota nacional fosse movida a eletricidade. A disseminação desses veículos também permitiria que eles atuassem como nobreaks, fornecendo energia para residências ou para o próprio sistema elétrico, dentro do conceito de smart grid.
O presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, que também participou da solenidade de entrega do veículo ao MME, lembrou que a Aneel está atenta a essa questão e, no dia 23 de maio, abriu audiência pública para discutir a regulamentação sobre fornecimento de energia a veículos elétricos. “Veículos elétricos fazem todo o sentido em um país com uma matriz energética limpa como o Brasil”, disse Rufino.
Liderança
Durante a solenidade, o presidente da Eletrobras elogiou a condução que o ministro Coelho Filho vem dando à pasta desde que assumiu o cargo. “É uma liderança jovem, uma liderança importante neste momento por que passa o País. E a confirmação de que continuará no cargo tranquiliza o setor e especialmente os investidores estrangeiros que foram atraídos graças à atuação do ministro. É fundamental para dar continuidade a essa verdadeira revolução que vem sendo promovida no setor neste último ano”, sentenciou.
Fotos: Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional
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Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,5 bilhões de MWh. Em 2016, a usina retomou a liderança mundial em geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh gerados. A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do