O ministro ressaltou que a intenção do governo é investir em equipamentos tecnológicos para combater o crime organizado. De acordo com Torquato, serão colocados em operação os veículos aéreos não tripulados da Polícia Federal (Vants), comprados em 2011 ao custo de US$ 27 milhões.
Foto: Internet - Em matéria publicada ontem no G1, o Ministro da Justiça, admite que cortes no orçamento devem levar a Polícia Federal a selecionar as ações “mais importantes”.
Segundo, Torquato Jardim, a falta de recursos pode afetar sim diversas operações da Polícia Federal, entre as quais a própria Operação Lava-Jato, uma das maiores operação de combate à corrupção no país. Admite, porém que será preciso “selecionar as mais importantes”, ressaltando que “precisa ser transparente” quanto à falta de recursos na pasta.
“A PF vai receber R$ 70 milhões por mês até o fim do ano. No entanto, tenho que ser transparente e falar a verdade. É possível que falte dinheiro para algumas ações. Poderá implicar processos seletivos de ações, não realizar todas as operações ou não realizar em suas extensões totais, mas apenas parcialmente”, destacou.
De acordo com Torquato Jardim, todos os setores do governo estão passando por um contingenciamento e, dessa forma, é necessário definir prioridades.
A área econômica realizou um corte de R$ 400 milhões no orçamento da Polícia Federal deste ano. No mês passado, a emissão de passaportes chegou a ser suspensa por falta de recursos.
O problema só foi resolvido após o Congresso aprovar uma emenda de R$ 102 milhões para que os documentos voltassem a ser emitidos. De acordo com a PF, a paralisação da emissão dos passaportes resultou em uma fila de espera de 175 mil pessoas.
“Não temos dinheiro para aumentar o capital humano da Força Nacional. Vamos pensar primeiro na implementação de tecnologia, para otimizar o trabalho. Aumentar o efetivo gera um custo maior e não temos mais essa pretensão. Os recursos em caixa não nos permitem realizar este tipo de projeto agora”, destacou.
O ministro ressaltou que a intenção do governo é investir em equipamentos tecnológicos para combater o crime organizado. De acordo com Torquato, serão colocados em operação os veículos aéreos não tripulados da Polícia Federal (Vants), comprados em 2011 ao custo de US$ 27 milhões.
Atualmente, os dois drones estão parados em um galpão da PF na cidade de São Miguel do Iguaçu (PR). A promessa do governo era de que fossem comprados 14 equipamentos iguais a esse, que servem para vigilância contra o tráfico de drogas e de pessoas e para espionar organizações criminosas sem colocar em risco a vida dos agentes.
O Ministro também respondeu às críticas do procurador Athayde Ribeiro Costa, do Ministério Público Federal que em entrevista concedida a imprensa recentemente, disse que o ministro “não procurou saber quais eram as necessidades da Lava-Jato” e creditou a ele as mudanças na força-tarefa em Curitiba, acusando o ministro de não ter atuado para evitar as alterações da equipe da Lava-Jato em Curitiba.
Torquato Jardim rebateu dizendo que vê a crítica como infundada. “Basta olhar no meu passado profissional. Já é meu segundo ministério e nunca fiz nenhum gesto de desaprovação da Lava-Jato. Se ele tem alguma crítica, podemos tomar um café para conversar”, destacou.