Aviso: esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos políticos recentes em qualquer lugar do mundo é mera coincidência.
Não existem imagens e nem áudios que poderão comprovar isso, mas circula entre a boca miúda nos corredores do palácio onde um temeroso, vergonhoso e acintoso, desajustado e golpista “presidente”, assistia o seu próprio julgamento, logo após tomar conhecimento do resultado, dava sonoras gargalhadas e já articulava um novo pronunciamento a Nação.
“Quero deixar bem claro para esse povo besta que foi às ruas para derrubar aquela presidenta burra e nociva que não sabia roubar para si e só queria liberar dinheiro para o social e me colocaram aqui nesta cadeira, que o pior ainda está por vir. Eu sou mais eu. E, enquanto a caneta que assina e libera emendas parlamentais estiver na minha mão – eu quero mesmo é virar as costas para essa nação de retardados mentais que dizem que eu só tenho 1% de popularidade e comer não só o fígado – mas também a alma, a esperança e o futuro deles”, dizia ele as gargalhadas, enquanto jogava para o alto notas de R$ 100,00 e de R$ 50,00 e solicitava as esguias, robustas e bem apresentáveis secretárias que distribuíssem bebidas, comes e bebes para todos.
Um dos seus assessores mais próximos com cara de marum – uma mistura de gim com rum – lhe chamou a atenção dizendo que ainda era cedo para comemorar:
- “Calma presidente, o “procuradô” pode apresentar uma nova representação contra “vossa excrecência” ainda essa semana. Ele ainda tem muita bala na agulha. Comprar parlamentares para dificultar que o processo chegue ao Supremo é obstrução de Justiça. Isso é grave".
- “O que foi que você disse?”, reagiu o temeroso vergonhoso com veemência.
- “Desculpe, foi mal, eu quis dizer “vossa excelência” – mas, como nos últimos dias nós só temos tratado e falado de “excrecência”, eu me confundi, corrigiu o cara de “marum”.
- “E daí? Safado que se vende uma vez, vai se vender sempre. Vamos a campo e compramos todo mundo de novo. Qual o problema?”
- “Estão me dizendo aqui que não tem mais como liberar emendas presidente. Vamos dar o que desta vez se tivermos que comprá-los novamente?”, reagiu o tal de marum limpando as entranhas para retirar o pó de “giz” que ficou preso no nariz.
- “Não se preocupe. Você acha que eu mandei instalar essas câmaras e essas escutas no meu Gabinete por quê? A prendi com o Joesley e gravei todos os acertos, estão todos no meu bolso e quem não quiser ser desmascarado com eu fui, vai ter que comer na minha mão”, completou o azarão.
- “Mesmo assim é perigoso. E se o povo se revoltar e resolver voltar às ruas novamente?”.
- “Já tomei todas as providências. Conversei com o “trump” e ele está me mandando uns 50 “brucutus”. Aqueles tanquinhos de guerras que foram usados no golfo e que estavam em desuso lá para aumentar fortalecer a nossa segurança pessoal...”
- “Mas o senhor já combinou com o Comandante do Exército sobre isso?
- “Eu sou o comandante Chefe desta Nação. E esses brucutus não irão para as instalações militares. Eles ficarão aqui em Brasília estacionados nas proximidades do palácio”.
- “Mas quem irão guia-los? Isso dá despesa e não está previsto no orçamento da união.
- “Quem irá guia-los são vocês mesmos. Cada assessor meu terá um desses para voltar para casa e não sofrer retaliações da população. Você acha mesmo que eu não iria pensar em tudo?”