Amanhã, 23, com início previsto para as 08h30, o Legislativo Municipal de São Miguel do Iguaçu estará julgando o pedido de cassação do Suplente de Vereador Volmes Roberto Tschinkel (PPS), o popular Gaúcho.
O que causa estranheza é que, mesmo se tratando de um assunto que diz respeito não só a vida/política de uma pessoa da mais alta confiança, que trás na sua bagagem um currículo exemplar como oficial do Exército e Policial Federal, o presidente do Legislativo procurou manter o povo afastado, longe desta decisão.
Se não bastasse o horário impróprio escolhido para a sessão, temos ainda a limitação de espaço, onde pela primeira vez na história daquela Casa de Leis, ninguém poderá ficar em pé, ou seja, serão distribuídas 65 senhas para o público referente ao número de cadeiras.
Perguntei ao presidente, por que a limitação de espaço com distribuição de senha e num horário tão impróprio. Ele me respondeu: “Uma questão de segurança”.
Mas nós temos Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, não daria para convocar esse pessoal, questionei. “Eles também, por segurança, acham que dentro da Câmara devemos permitir somente o número de pessoas sentadas”, garantiu.
O que vai acontecer neste julgamento? Para cassar o seu mandato e mantê-lo inelegível por oito anos, os representantes da Casa Grande precisam de seis votos. Eles terão esses votos? É o que vamos saber amanhã.
Conversei ontem com o presidente, logo após a sessão e lhe perguntei: Se depender do seu voto, o Tschinkel será absorvido? “Se precisar, eu vou declarar o meu voto aqui nesse microfone...”, me disse ele, sem aquela convicção que ele tinha me dito quando da abertura desse processo. Naquela ocasião ele abriu uma pastinha que tinha na mão e mostrou o seu voto por escrito pela não abertura do processo. Acrescentando, em seguida: “não precisamos disso – isso não tem o menor cabimento...”
Mesmo mostrando o seu voto na época, suas atitudes diante deste caso, deixa uma série de dúvidas. Como presidente, ele poderia ter feito como o Rodrigo Maia vem fazendo no Congresso com os pedidos de Impeachment contra o Temer.
Já são mais de 20 pedidos – todos estão engavetados desde o mês de maio – mesmo sendo da mais alta gravidade, envolvendo crime de corrupção de um presidente no exercício do seu mandato, o que não é o caso do Gaúcho, que estão querendo “extirpa-lo” do Legislativo, justamente por querer fazer o que manda a Lei: “Legislar e Fiscalizar”.
Ao contrário do que acontece lá, o pedido chegou numa semana e imediatamente foi colocado na pauta da sessão seguinte para ser votado em plenário. Ou seja, entregou o Gaúcho de bandeja para ser devorado pelos chacais/serviçais da Casa Grande, os quais não escondem de ninguém o medo que sentem do trabalho que ele vinha realizando naquela Casa de Leis. “Ou derrubamos ele ou, ele vai nos derrubar...” devem pensar.
Tive acesso aos dois relatórios que vão ser lidos amanhã na sessão. O relatório do Edson, assinado por ele e pelo presidente Lafaiete, possui oito páginas, que é bom que se diga, está muito bem “enlameado” com o intuito único e exclusivo de criminalizar e cassar o mandato do Gaúcho.
A alegação de que ele, mesmo sendo Policial Federal, andava armado no recinto da Câmara e de que andou intimidando funcionários públicos, é principal peça que está orquestrando um grande teatro montado com o objetivo de retirá-lo do cenário político, bem como, evitar um possível confronto lá na frente em ano eleitoral. Eles não querem de forma alguma ser fiscalizado.