Dirão: " - É inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
E eu direi: " - Não admito! Minha esperança é imortal!"
E eu repito, ouviram? IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.
(Ana Carolina)
A semana da Pátria tradicionalmente em todo o país se encerra no dia 7 de setembro. Nesta data, é praxe a realização do tradicional desfile cívico, onde as forças vivas que envolvem a comunidade como um todo sai as Ruas para homenagear, protestar e lembrar que: “Pátria nada mais é do que a extensão da nossa própria Casa”.
Nos tradicionais discursos, quase sempre a mesma linha de raciocínio: se ela vai bem, temos progresso e desenvolvimento, geração de emprego e renda, qualidade de vida.
E se ela vai mal, mesmo com todas essas riquezas naturais e um povo na sua ampla maioria, honrado e trabalhador, que paga uma das cargas tributárias mais caras do mundo, é por que, não é só o Geddel - o amicíssimo do temeroso Temer que possui “bunkers” abarrotados de malas e malas de dinheiro por aí. (foto: internet)
E a pergunta que não quer calar: temos alguma coisa para comemorar neste 7 de setembro?
Pessoalmente, acredito que sim, pois estamos vivendo um dos períodos mais lindos da nossa história, onde os nossos podres poderes em todas as esferas estão mostrando o lado podre do reino que sempre existiu por aqui deste os tempos de Cabral. Nunca se viu tantos e tantos “engravatados” que vão desde empresários com contas bancárias milionárias a ministros, governadores, deputados, prefeitos sendo delatados, outros já trancafiados atrás das grades e vários deles devolvendo pilhas e pilhas de dinheiro surrupiados dos cofres públicos.
Pelo visto, para a Secretaria de Educação de São Miguel do Iguaçu, não existe motivo algum para comemorar, tendo em vista que, consciente ou inconscientemente, o Dia 7 de setembro, que representa a data histórica em que no ano de 1822, as margens do Riacho Ipiranga, D. Pedro I, disse em alto e bom som: “Independência ou Morte”, por aqui, não teve comemoração alguma. (foto: internet)
As atividades relativas à Semana da Pátria, no município, foram encerradas ontem, dia 06 de setembro, em São Jorge, que é bom que se diga, foi festiva e bem humorada, refletindo muito bem o momento que estamos atravessando, onde a corrupção salta aos olhos.
Acredito que essa postura da Secretaria de Educação, deve ser tema de debate e ampla reflexão, principalmente entre a comunidade escolar, ressaltando que essa programação de encerramento foi pontual e dentro da realidade atual.
Com a participação dos alunos, professores e membros da comunidade escolar – a mensagem que se procurou passar lembrar para o coletivo social foi de que: “o homem cívico é aquele que consciente e voluntariamente cumpre seus deveres e zela pela integridade de seus direitos”.
Para tanto, “se faz necessário à promoção de situações que favoreçam atitudes de cooperação, participação, responsabilidade e companheirismo para o pleno desenvolvimento da cidadania”.
Na mensagem, os Organizadores deste Ato Cívico, deixaram claro que esta “Hora Cívica de Encerramento” seria um momento de reflexão, onde todos pudessem expressar ideias, sentimentos, adotando atitudes que visam resgatar valores como o “Respeito e a Tolerância, os saberes e valores que a comunidade escolar não pode deixar nunca de colocar em prática”.
Acredito que no texto de apresentação os Organizadores poderiam ter sido mais ousados dando ênfase a palavra ÉTICA, explicando em detalhes o seu real significado – mesmo correndo o risco de chocar e deixar “corado de vergonha” certas pessoas quem tem por hábito ser antiético em praticamente tudo o que faz.
Falando em ética e cidadania, seria importantíssimo que para o próximo ano no encerramento da Semana da Pátria, fosse invertida a ordem dos discursos das autoridades presentes. Iniciar a solenidade de encerramento com as apresentações cívicas e culturais, dando assim a oportunidade para que quem fosse usar da palavra na sequência, fazer alguma referência sobre o que está pensando o povo realmente.
A Secretária de Educação, professora Andréia Marcelino Driedrich, que é bom que se diga uma pessoa simpática e muito bem educada, por exemplo, em seu pronunciamento, “agradeceu o apoio que o seu setor vem recebendo, lembrando que a Educação precisa desse olhar de reconhecimento”.
Mesmo tendo a sua frente (na sua ampla maioria) os professores vestidos de preto, numa clara demonstração de que estavam de luto pela Educação, não disse uma palavra com respeito a essa situação.
O vice-prefeito Albino, lembrou que em 1969, morava em Aurora do Iguaçu e que São Jorge, era apenas um clarão aberto dentro da mata fechada. “Tudo era tão difícil, não se tinha energia elétrica e naquele tempo as crianças não falavam em drogas – essa maldita droga que hoje vemos em todos os lugares, não existia”, ressaltando que hoje estamos vivendo algo que não agrada ao povo brasileiro.
Esqueceu, é claro, de citar, que na década de 70, o nosso município tinha 69 mil habitantes e por negligência dos nossos governantes, entre os quais, ele próprio, não se preocupamos com geração de emprego e renda, deixando fechar, inclusive um Colégio Agrícola numa região rica e produtiva como a nossa.
Se tivesse feito o seu discurso, após as apresentações dos alunos, poderia ter usado como fonte de inspiração o que pensa os nossos jovens que sonham com dias melhores, onde possam ter “saúde e educação de qualidade, sustentabilidade, valorização profissional, alimentação, moradia, respeito as diferenças, amor, alegria, esporte, paz, ordem e progresso”, como muito bem lembraram com cartazes os alunos do 4º e 5º ano.
Poderia ter usado como tema de inspiração para o seu pronunciamento, o levantamento sobre os números que envolvem a Corrupção em nosso país, apresentados pelo cerimonial e explicitada na poesia de Ana Coralina, “Corrupção gera Poema”, pelos alunos do Ensino Médio.
Lindíssima a poesia “Só de Sacanagem”, onde a autora nos dá uma aula de cidadania, fazendo uma profunda reflexão, sobre esse verme que permeia as nossas entranhas e conhecido em todos os níveis, seja local, regional, estadual ou nacional, como CORRUPÇÃO.
“Meu coração está aos pulos! / Quantas vezes minha esperança será posta à prova? / Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais / Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? / Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro / A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: " - Não roubarás!" / " - Devolva o lápis do coleguinha!" / " - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão: " - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba." / E eu vou dizer: "- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: " - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
E eu direi: " - Não admito! Minha esperança é imortal!"
E eu repito, ouviram? IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.
Entre os presentes, o prefeito Claudiomiro da Costa Dutra e sua esposa Serli; o vice-prefeito Albino Bissolotti; representando o Legislativo Municipal os vereadores Vanderlei dos Santos e Flávia Dartora Fernandes; a Secretária Municipal de Educação, professora Andréia Marcelino Diedrich; o secretário de Indústria e Comércio, Pedro Motta; o Diretor do Colégio D. Pedro II, professor Elcio Rosas; a Diretora da Escola Municipal Arthur Cardoso, professora Nelci Colombelli; presidente da APMF, Jorge da Costa, lideranças locais, professores e familiares.
D. Pedro I que, segundo a história deu o seu grito de guerra dizendo: Independência ou Morte tinha o nome do tamanho de um bonde. Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon era o nome da fera.
Nasceu na cidade de Queluz, no dia 12 de outubro0 de 1798 e veio para o Brasil em 1808, com nove anos de idade, em companhia da mãe, D. Carlota Joaquina, e do pai, D. João VI.