As dificuldades financeiras enfrentadas pelas universidades federais, em decorrência dos recentes cortes orçamentários no ensino superior, têm suscitado debates em diversas instâncias - desde o âmbito acadêmico até os altos escalões políticos. Para discutir o assunto, com enfoque especial na proposta orçamentária para 2018 encaminhada pelo governo ao Congresso, os reitores e vice-reitores das 63 universidades federais brasileiras reuniram-se em uma Comissão Geral, com a presença de parlamentares, no dia 21, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
A vice-reitora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), Cecília Maria de Morais Machado Angileli, participou da reunião e destacou que a intenção foi de as universidades, unidas, chamarem a atenção para o quanto os cortes orçamentários interferem na autonomia dessas instituições e impactam diretamente não apenas no custeio, mas nas atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão.
De acordo com Cecília, a preocupação é geral porque, se de um lado afeta as universidades mais antigas e consolidadas, paralisando uma série de pesquisas e trabalhos já em andamento, fechando espaços e sucateando as estruturas; por outro, para as novas e novíssimas - como é o caso da UNILA -, impede a devida implantação, consolidação e expansão.
Para evitar que as universidades federais sofram ainda mais a partir de 2018, os dirigentes estão lutando, então - com o suporte da Andifes -, para reverter a Emenda Constitucional nº 95 (que estabelece um teto para os gastos públicos), e pedir que o orçamento previsto para as instituições federais de ensino superior seja equiparado ao de 2014.
Conforme a vice-reitora, todas as 63 universidades federais estão unidas neste movimento. “Estamos lutando não apenas pelas universidades individualmente, mas pela defesa do ensino superior público, gratuito e de qualidade”, frisou.
Após a reunião na Câmara, elaborou-se, então, um caderno, publicado pela Andifes, intitulado “Universidades Federais - Patrimônio da Sociedade Brasileira”. O material ressalta as contribuições das 63 universidades federais, e seus 328 campi, ao desenvolvimento econômico e social do País, assim como o reconhecimento social da qualidade e da importância do sistema, o histórico do financiamento e os compromissos derivados da política de estado prevista no Plano Nacional de Educação (PNE). O documento pode ser acessado em http://bit.ly/UniversidadesFederais.
Foto - Em reunião na Câmara dos Deputados, reitores discutiram o impacto da redução orçamentária nas atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão