Existem dois tipos de Nepotismo. Um deles é o direto, onde a autoridade nomeia seu próprio parente. E o mais nefasto de todos é o nepotismo cruzado, onde o agente público nomeia pessoa ligada a outro agente público, como troca de favores.
Veja o nosso caso em São Miguel do Iguaçu, por exemplo, onde o Executivo tem cooptado boa parte do Legislativo usando essa prática nociva e destrutiva. São vários casos que saltam aos olhos. Talvez aí esteja a explicação de tantas e tantas denúncias de corrupção que não são investigadas pelo Poder Legislativo envolvendo o Executivo.
Nem vou detalhar aqui as dezenas de denúncias que já protocolamos junto ao MP e que são de conhecimento de todos os membros do Legislativo. Vejam por exemplo, o caso do Presidente do Legislativo Municipal, vereador Eliseo Mariano Presa. Além de vereador é presidente de um dos poderes mais importantes da República – o Poder Legislativo – e, no entanto, sua esposa Catiúscia Milioli Presa, foi nomeada Secretária de Cultura e Esporte pelo Executivo.
Não que a Catiúscia não seja competente e não esteja fazendo um bom trabalho na sua pasta, muito pelo contrário, o problema é que, o seu marido como presidente do Legislativo termina ficando engessado, tendo em vista que qualquer movimento contra o Executivo, o Primeiro Ministro pega o telefone e sussurra no seu ouvido: “...não mecha ali, caso contrário, nós demitimos aqui...”
Isso é fato! Veja o caso da cassação do Vereador Tschinkel. Pessoalmente, ele dizia que era contra, que tudo aquilo não passava de armação. Votou a favor do Tschinkel, inclusive. Mas, pelo visto, tudo não passava de balão de ensaio. Ele sabia antecipadamente que não dependeria do seu voto para que o mesmo fosse cassado pela Câmara.
Tanto é verdade, que o processo chegou a Câmara, enviado pelo Primeiro Ministro num dia e, no outro já entrou em pauta para votação na próxima sessão pela sua admissão ou não. Como presidente, poderia ter usado todo o prazo possível para dificultar a sua tramitação. Mas, como está engessado com a Administração pelo nepotismo cruzado teve que cruzar os braços e buscar uma válvula de escape para tentar enganar a população.
E veja que envolvendo o Poder Legislativo e os votos necessários para que o Executivo não sofra nenhum tipo de revés nas votações, nós temos ainda lá, três outros casos explícitos de pornografia legislativa acasalada com o tal nepotismo cruzado.
O vereador Chico Motta, por exemplo, também conhecido por Chico Bariátrico, tem o seu irmão nomeado como Secretário da Indústria e Comércio. Aliás, uma das Secretarias mais importante para o município em termos de Geração de Emprego e Renda. Ou seja, qualquer movimento que o Bariátrico tentar fazer contra o Executivo, lá vem uma reunião de família e os sussurros no ouvido: “...não faça isso, se não você vai estar entornando o caldo do meu arroz com feijão”. E assim vai.
Veja o caso da vereadora Flávia Dartora, cujo seu marido, André Fernandes é um dos homens mais influentes dentro da Administração. Ele manda e não pede e vende desde um simples alfinete até peças de avião se preciso for para o Executivo. Quando é contrariado dizem que dá um soco na mesa e avisa: “não me desafiem, minhas armas não falham, meu poder de fogo é muito maior do que vocês podem imaginar...”, encarando o seu opositor como um “urso” em plena temporada acumulando energia para hibernar no inverno.
Que poder de fogo é esse? Dizem que é uma fita. Que fita é essa? Isso é o que todos querem saber, inclusive nós.
Sem falar que é um grande alquimista. Sim! Ele tem o poder e o dom de transformar pedra em ouro. Nestes cinco anos em que negocia com o município seu patrimônio particular extrapolou a esfera global, grande parte extraindo pedras e colocando no mercado administrativo como pepitas de ouro. http://www.jornalofarol.com.br/ver-noticia.asp?codigo=40430
E se você perguntar para ele, como conseguiu tal façanha, sorrindo ele te responde: “Eu trabalho, não fico aí na internet falando mal da vida dos outros...”
Outro caso emblemático, é do Vereador Marcos Murbach, o popular Marquinho. Até poucos dias atrás, Marcos tinha o seu irmão comandando o Transporte Escolar e outro dominando o Meio Ambiente e mais um montão de gente vivendo do dinheiro público. Como um vereador assim vai fazer o seu papel de Legislador, onde a sua função é legislar e fiscalizar?
Veja o caso do Terminal Turístico, por exemplo? Um vereador me disse recentemente: “O povo quis assim. Eles tinham outra opção e preferiram escolher estes aí, que se dane. Isso é problema deles. Eles ganharam e administrem como quiserem...”. Sim. É isso que eu ouvi.
Ontem, por exemplo, em plena luz do dia, cobrei pessoalmente do Professor Presa: “E daí Presa, confesso que gostaria que você respondesse as perguntas que lhe fiz na matéria sobre a Prainha que está na página”. – “Vou fazer o quê? Eles dizem que vão reformar...”, me respondeu.
- “Fazer o quê?” – Eu lhe digo – convide os demais companheiros daquela Casa de Leis para fazerem um “Pique Nique” dentro do Balneário e de preferência, entrar lá sem usar a chave para romper o cadeado. Leve junto uma corrente e enrosque uma ponta no portão e a outra no eixo traseiro do Carro Oficial da Câmara e saia patinando e, logo em seguida, serás recebido com merecidas honras por altivez e coragem pela população.
Perguntei a ele, também: Você viu a matéria do caso do Luciano Neves? “Vi, estava vendo agora. Que pisada na bola. Aquilo ali é grave...” Sim é grave! E o que será feito pelo Legislativo? Pergunto e respondo: NADA, ABSOLUTAMENTE, NADA...
Vejam a importância do Legislativo. Cada vereador deveria ser uma espécie de Promotor de Justiça com autoridade para legislar, investigar e denunciar. Recordo-me o dia em que protocolei junto ao Ministério Público aquela matéria com o sugestivo título: EMPRESÁRIO VENDE CALHA E ENTREGA PALHA PARA A PREFEITURA.
O Promotor que me atendeu, com a maior sinceridade, me disse: “Essa sua denúncia é extremamente grave – mas, confesso para o senhor que dificilmente vou ter tempo para leva-la adiante e lhe explico por que”, me disse ele. Em seguida, me mostrou uma pilha de processos na área de saúde. “Isso tem prioridade para nós por que envolve a área de saúde, envolve a vida das pessoas. São todos processos onde o cidadão está desesperado atrás de uma cirurgia, de uma simples consulta ou de um medicamento que é de vital importância para a sua vida”, me relatou.
Eu disse a ele: “Esse caso Doutor, cuja cópia da nota fiscal está aqui, aconteceu a menos de 50 metros de onde o senhor está sentado. Caso queira conferir, eu vou lá com o senhor agora e verás que existe a nota, mas as calhas não foram colocadas na sede do SAMU”. Quantos anos faz isso? E a matéria como você pode conferir por aqui, está recheada e muito bem elaborada com provas documentais e tudo mais...
Aguardem-nos, vamos voltar a essa matéria em breve, mostrando o que essa praga chamada “Nepotismo Cruzado” é capaz de fazer para comprometer o Progresso e o Desenvolvimento de uma cidade e transformar um cidadão de baixíssimo “quilate ético”, num “patético tubarão” capaz de construir uma represa e acumular riqueza muito acima do padrão de um prefeito assalariado.